Adeus, Lenin!: uma comédia sutil, que enaltece os valores familiares
Adeus, Lenin!: filme de Wolfgang Becker À PROCURA DA FELICIDADE, APESAR DO ESTADO Em 1989, a queda do muro de Berlim foi transmitida ao vivo e em cores para o resto do mundo. Cenas de jovens eufóricos, festejando empoleirados ao som de uma trilha sonora moderna e nervosa, anunciavam o começo de uma nova era de liberdade. Não havia mais espaço para os desmandos autoritários, vícios burocráticos ou interferências do estado policial, sustentado à base de privilégios para os dirigentes. Os cidadãos da RDA comemoravam o direito de ir e vir e faziam questão de mostrar que não queriam mais ser tutelados pela coletividade. Foram noites e dias de uma espécie de carnaval fora de época, deixando implícito a inevitável chegada de uma quarta-feira de cinzas com gosto azedo de ressaca. E ela chegou rápido para os alemães. O processo de reunificação foi complexo e penoso, mas rápido. Em pouco mais de dez anos, já não se encontravam vestígios da vida que se levava intramuros. Assim, quando o cineasta