Taxi Driver: cinema visceral, realizado com garra e estilo
Taxi Driver: filme de Martin Scorsese UM PERSONAGEM ATORMENTADO, UMA CIDADE CÚMPLICE E UM TEMA PARA SAXOFONE Ao volante, o jovem e perturbado Travis Bickle está com os olhos arregalados, revelando desconfiança e apreensão. Pelo retrovisor observa o passageiro no banco de trás, um sujeito tão sinistro que consegue parecer o mais perturbado dos dois. Pede a Travis que pare em frente a um prédio e observe numa janela a silhueta de uma mulher. A sua mulher! A mulher infiel, flagrada em pleno ato de traição. A mulher a quem pretende matar com requintes de perversidade! Seu tom de voz irradia dor de cotovelo e desejo de vingança e assim consegue incutir em Travis a noção de que, sim, é possível matar alguém, como forma de corrigir o que julga estar errado. Dentro do taxi, em mais uma jornada pela madrugada nova-iorquina, um episódio banal e em aparente desconexão com a trama do filme pode parecer apenas uma tentativa de causar estranhamento ou de criar uma atmosfera soturna. Não é