Guerra Mundial Z
BASTAM DEZ SEGUNDOS PARA O VÍRUS INFECTAR E POUCAS CENAS PARA CAPTURAR SUA ATENÇÃO

Guerra Mundial Z: filme estrelado por Brad Pitt

Guerra Mundial Z: filme estrelado por Brad Pitt
– Era surto, virou epidemia e agora falam em pandemia... Esse vírus vai ficar fora de controle! Se cuida no metrô e no ônibus, filha! – Minha mulher fez questão de alertar mais uma vez, antes de desligar o celular. Deixou clara sua imensa preocupação de mãe.
– Bem... Pelo menos o índice de letalidade do vírus é baixo – tranquilizei, apertando o passo para retomar o ritmo da caminhada.
– É... Mas você viu a Itália? Meu whatsapp tá cheio de mensagens de gente contando horrores...
Inquieta, Ludy precisou falar sobre o Coronavirus até esgotar o assunto. Enquanto a ouvia descrever os medicamentos e as medidas de prevenção, não consegui evitar: divaguei ao redor desse tema alarmista, que já motivou diversos filmes de vários gêneros. Consigo me lembrar de alguns, onde as epidemias causadas por vírus desconhecidos saem de controle e se tornam apocalípticas, apenas para revelar a esperteza e a coragem de personagens heroicos e destemidos.
Dentre tantos filmes, aquele sobre o qual pretendo comentar aqui é Guerra Mundial Z, uma produção americana de 2013 estrelada por Brad Pitt. – Ora, mas é um filme de zumbis! – diriam alguns, torcendo o nariz, mais interessados em produções autorais e edificantes. Confesso que relutei em assistir a esse filme. Para mim, zumbis sempre foram repugnantes e deveriam ficar restritos aos trash movies. Mas, depois que embarquei no enredo, adorei a experiência!
Em Guerra Mundial Z os zumbis são produto de um vírus desconhecido que se alastra com rapidez assombrosa – em apenas 10 segundos a vítima se transforma em um voraz transmissor da doença, cujo único propósito é disseminar o vírus. A velocidade e o sentido de urgência assumem o comando do filme logo nas primeiras cenas e somos conduzidos assim até o final, num ritmo impecável. Note que não se trata de mera ação desenfreada. Há coerência e motivação em cada movimento, além de pausas estratégicas para respirar e dramatizar as histórias dos personagens.
O ponto alto do filme é o seu roteiro preciso, escrito por um verdadeiro time de roteiristas – contei cinco deles apontados na ficha técnica. A estrutura narrativa é simples. Segue linearmente, sem ações paralelas, contando a história de como o ex-investigador da Organização Mundial de Saúde, vivido por Brad Pitt, se desdobra para encontrar a cura e proteger sua família. A ação não fica contida em uma remota cidadezinha americana qualquer. Ela acontece em escala global – a mesma que rege nossas vidas nos dias atuais.
Estamos diante do cinema de proporções industriais, feito para entreter e fazer bilheteria. E tudo funciona à perfeição nas mãos de Marc Forster, um diretor experiente, com histórico de bons resultados em filmes e séries. Suspense, perseguições, desastres, atos de heroísmo, sacrifícios, tiros, lutas... Todos os ingredientes clássicos dos filmes de ação entram na mistura e criam um produto palatável, até mesmo para os que não apreciam o visual asqueroso dos zumbis – houve o cuidado e o bom senso de se evitar as cenas escatológicas, tradicionais no gênero terror.
Os efeitos visuais compõem um espetáculo à parte. Eles estão postos a serviço do roteiro. Os exageros são críveis e contribuem para dramatizar as cenas. Há uma direção de arte que dá personalidade ao filme e os personagens têm forte presença na tela, o que permite que criemos empatia com eles. A trilha sonora é de uma simplicidade brilhante – e eficiente em manter a atmosfera de tensão e suspense, que por vezes é de tirar o fôlego.
Se falo com empolgação sobre Guerra Mundial Z é porque nele encontrei mais do que entretenimento. Encontrei um objeto de estudo, capaz de revelar os truques sobre a arte de contar histórias. Sobre como ação e dramatização na medida certa podem segurar a atenção do espectador. Sobre como aquilo que se mostra ou se omite em uma cena pode valorizar a narrativa.
Ludy não se importou com o meu devaneio. Já está acostumada a me ver com o olhar distante, enxergando as soluções narrativas que aplicarei no meu romance – o qual pretendo publicar em breve. Ela precisou apenas me dar um cutucão e avisar:
– Ei... E tem mais: os primeiros casos de Coronavirus em Curitiba acabaram de ser informados!
De volta à realidade, fui obrigado a dar ouvidos à lista de recomendações que minha mulher está compilando, com dicas de como se precaver contra mais esse perigo do mundo globalizado.
– Bem... Pelo menos o índice de letalidade do vírus é baixo – tranquilizei, apertando o passo para retomar o ritmo da caminhada.
– É... Mas você viu a Itália? Meu whatsapp tá cheio de mensagens de gente contando horrores...
Inquieta, Ludy precisou falar sobre o Coronavirus até esgotar o assunto. Enquanto a ouvia descrever os medicamentos e as medidas de prevenção, não consegui evitar: divaguei ao redor desse tema alarmista, que já motivou diversos filmes de vários gêneros. Consigo me lembrar de alguns, onde as epidemias causadas por vírus desconhecidos saem de controle e se tornam apocalípticas, apenas para revelar a esperteza e a coragem de personagens heroicos e destemidos.
Dentre tantos filmes, aquele sobre o qual pretendo comentar aqui é Guerra Mundial Z, uma produção americana de 2013 estrelada por Brad Pitt. – Ora, mas é um filme de zumbis! – diriam alguns, torcendo o nariz, mais interessados em produções autorais e edificantes. Confesso que relutei em assistir a esse filme. Para mim, zumbis sempre foram repugnantes e deveriam ficar restritos aos trash movies. Mas, depois que embarquei no enredo, adorei a experiência!
Em Guerra Mundial Z os zumbis são produto de um vírus desconhecido que se alastra com rapidez assombrosa – em apenas 10 segundos a vítima se transforma em um voraz transmissor da doença, cujo único propósito é disseminar o vírus. A velocidade e o sentido de urgência assumem o comando do filme logo nas primeiras cenas e somos conduzidos assim até o final, num ritmo impecável. Note que não se trata de mera ação desenfreada. Há coerência e motivação em cada movimento, além de pausas estratégicas para respirar e dramatizar as histórias dos personagens.
O ponto alto do filme é o seu roteiro preciso, escrito por um verdadeiro time de roteiristas – contei cinco deles apontados na ficha técnica. A estrutura narrativa é simples. Segue linearmente, sem ações paralelas, contando a história de como o ex-investigador da Organização Mundial de Saúde, vivido por Brad Pitt, se desdobra para encontrar a cura e proteger sua família. A ação não fica contida em uma remota cidadezinha americana qualquer. Ela acontece em escala global – a mesma que rege nossas vidas nos dias atuais.
Estamos diante do cinema de proporções industriais, feito para entreter e fazer bilheteria. E tudo funciona à perfeição nas mãos de Marc Forster, um diretor experiente, com histórico de bons resultados em filmes e séries. Suspense, perseguições, desastres, atos de heroísmo, sacrifícios, tiros, lutas... Todos os ingredientes clássicos dos filmes de ação entram na mistura e criam um produto palatável, até mesmo para os que não apreciam o visual asqueroso dos zumbis – houve o cuidado e o bom senso de se evitar as cenas escatológicas, tradicionais no gênero terror.
Os efeitos visuais compõem um espetáculo à parte. Eles estão postos a serviço do roteiro. Os exageros são críveis e contribuem para dramatizar as cenas. Há uma direção de arte que dá personalidade ao filme e os personagens têm forte presença na tela, o que permite que criemos empatia com eles. A trilha sonora é de uma simplicidade brilhante – e eficiente em manter a atmosfera de tensão e suspense, que por vezes é de tirar o fôlego.
Se falo com empolgação sobre Guerra Mundial Z é porque nele encontrei mais do que entretenimento. Encontrei um objeto de estudo, capaz de revelar os truques sobre a arte de contar histórias. Sobre como ação e dramatização na medida certa podem segurar a atenção do espectador. Sobre como aquilo que se mostra ou se omite em uma cena pode valorizar a narrativa.
Ludy não se importou com o meu devaneio. Já está acostumada a me ver com o olhar distante, enxergando as soluções narrativas que aplicarei no meu romance – o qual pretendo publicar em breve. Ela precisou apenas me dar um cutucão e avisar:
– Ei... E tem mais: os primeiros casos de Coronavirus em Curitiba acabaram de ser informados!
De volta à realidade, fui obrigado a dar ouvidos à lista de recomendações que minha mulher está compilando, com dicas de como se precaver contra mais esse perigo do mundo globalizado.
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