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Mostrando postagens com o rótulo Ação

O Assassino: adaptação de uma ótima HQ francesa

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O Assassino: direção de David Fincher UM PROTAGONISTA ABJETO, CAINDO EM CONTRADIÇÃO Cinema e histórias em quadrinhos sempre se resvalaram. Há pontos de intercessão entre ambos, que funcionam como estímulo para os artistas interessados em expandir seus recursos narrativos. Will Eisner experimentou planos cinematográficos que depois inspiraram cineastas. Stan Lee alfabetizou o público na linguagem que agora domina o cinema de ação. Frank Miller expropriou a articulação narrativa do cinema noir... Inúmeros artistas foram além das idiossincrasias e estabeleceram novas maneiras de contar histórias.           É nas diferenças entre as duas formas de arte, no entanto, que encontramos os grandes rompantes artísticos. A trilha sonora como condutora da jornada emocional do espectador, a decupagem dos movimentos para ampliar a acuidade visual do leitor, o distanciamento da tela e a proximidade tátil no virar de cada página, os cheiros da pipoca e do papel... Criar par...

300: dos quadrinhos para as telas

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300: direção de Zack Snyder COMBATEREMOS À SOMBRA! A Batalha de Termópilas aconteceu há 2.500 anos. Todos já aprendemos sobre ela nos bancos escolares: durante três dias, 300 espartanos liderados pelo Rei Leônidas encurralaram 300 mil persas numa passagem estreita e resistiram até a morte para defender os valores que ergueram a civilização ocidental. Os gregos já empreendiam a busca racional pela verdade e entendiam que ela é tarefa de cada indivíduo. Já os persas, estavam mais preocupados em expandir seu império exuberante e multicultural, mas controlado por um poder central onipresente.           Aqueles espartanos corajosos, unidos pelo ideal de liberdade e independência, viraram símbolo de heroísmo. Além de inspirar as demais cidades-estados gregas a seguir na resistência aos invasores adeptos da servidão coletiva, protagonizaram um episódio incrível, que nos instiga até hoje. Quem se encantou com essa história desde garoto foi o escritor e desenhista F...

Dredd: juiz, mas também policial, promotor, júri e carrasco

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Dredd: filme dirigido por Pete Travis UM SISTEMA INFECTADO DE CINISMO E HIPOCRISIA Para escrever sobre o ótimo Dredd , filme de ação e ficção científica com estética cyberpunk, dirigido em 2012 por Pete Travis, quero falar de... pragmatismo! Baseado na história em quadrinhos criada em 1977 por John Wagner e Carlos Ezquerra e publicada na revista inglesa 2000 AD, o filme mantém a essência do protagonista, que combate o crime em Mega City One, uma megalópole distópica incrivelmente violenta. Lá, o tal Juiz Dredd exerce as funções de policial, promotor, juiz, júri e carrasco, tudo ao mesmo tempo. Sim, ele e seus colegas juízes, que estão na rua para impor a lei e a ordem, agilizam o processo. Ganham tempo e poupam os recursos dos pagadores de impostos. São legitimados por um sistema pragmático, desenhado pelos detentores do poder para garantir resultados palpáveis, medidos estatisticamente.           Quando comecei a frequentar os bancos da universidade, meus ...

Plano de Fuga: filmado numa prisão verdadeira no México

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Plano de Fuga: direção de Adrian Grumberg UM ANTI-HERÓI, NUM MUNDO PIOR DO QUE ELE Nós, cinéfilos, quando apertamos o play em um filme de ação, sabemos bem o que esperar: cenas empolgantes, repletas de tiros, socos, pontapés e perseguições, editadas com precisão para comunicar agilidade, velocidade e fúria. Trata-se normalmente de uma produção endinheirada, repleta de efeitos especiais e feita para cultuar um herói – ou um anti-herói – que invariavelmente consegue derrotar a encarnação do mal, representada pelo vilão.           Sobre este gênero, pairam duas confusões sobre as quais gostaria de refletir. A primeira delas é quanto ao emprego do termo ação. Ora, todo filme tem ação! São os atos praticados pelos personagens que impulsionam a história e costuram o enredo. A diferença é que nos chamados filmes de ação, os personagens agem como resposta aos imperativos do mundo que os cerca. Os realizadores não têm tempo, nem disposição, para investigar os impac...

Assalto ao Carro Blindado: eles passaram para o lado dos bandidos

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Assalto ao Carro Blindado: direção de Nimród Antal NÃO ME VENHAM COM DESCULPAS ESFARRADAS! Todo cinéfilo tem, na manga da camisa, um filme despretensioso, descomplicado e envolvente, que dará como cartada quando quiser encerrar de vez a busca no serviço de streaming, para finalmente poder relaxar diante da TV. Na verdade, tenho vários filmes assim, e um deles é Assalto ao Carro Blindado , dirigido em 2009 por Nimród Antal. O que há de especial nesse filme? Não muito, mas posso citar pelo menos três bons motivos para se render a ele: tem um elenco excelente, traz uma boa história bem contada e cutuca valores pessoais e familiares me precisam ser cultivados nesses nossos dias confusos.           O título do filme já diz tudo: trata-se do thriller policial que tem Matt Dillon, Jean Reno, Laurence Fishburne e Columbus Short à frente do elenco, onde os seguranças encarregados de transportar cifras astronômicas resolvem passar para o time dos gatunos e meter a mã...

Star Trek: um rebbot criativo e empolgante

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Star Trek: direção de J. J. Abrams NÃO PRECISA SER FÃ INVETERADO PARA SE DELICIAR Por que Star Trek , a série de TV criada em 1966 por Gene Roddenberry, funcionou tão bem no imaginário popular, a ponto de se tornar um latifúndio na cultura pop? Os star trekkers já devem ter se apoderado de um significativo percentual de todos os megabytes da internet, tamanha a vastidão de informações disponíveis sobre as séries, filmes, games, quadrinhos, livros, brinquedos e outras bugigangas derivadas da série original. Geração após geração, o número de fãs incondicionais só aumenta. Os anos passam e o sucesso de Star Trek segue em velocidade de dobra, rumo ao infinito e além – para usar aqui um tom de propositada heresia!           Aposto que nem mesmo os marqueteiros detentores dos direitos da franquia conhecem a resposta para a pergunta lá do começo. Talvez colecionem um punhado de respostas, que ensejam dezenas de novas perguntas. Vejo esse estrondoso sucesso como ...

Amnésia: sem memória recente, não há realidade

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Amnésia: direção de Christopher Nolan DELÍRIOS SOBRE FOTOS, ANOTAÇÕES E TATUAGENS Sabe quem está enfrentando problemas para lidar com memórias recentes? O mundo! Ao deixarmos embolorar as páginas da história, só conseguimos ler aquelas escritas há pouco. Ontém, enxergávamos as de uma década. Antes disso, as de 50 anos, um século, duzentos anos... Atualmente, parece que só as dos últimos cinco anos são legíveis. Quer um exemplo? Vou dar um muito bobo, mas simbólico. Quando era rapaz, adorava ouvir rock e fingir que tocava a guitarra na hora do solo. Fazia caras e bocas e me divertia. Chamava isso de... fingir que estava tocando guitarra. Os jovens que me sucederam batizaram a prática de Air Guitar – chegaram a criar concursos e campeonatos mundiais da modalidade! Os jovens que sucederam a esses jovens, se esqueceram desse nome criativo. Outro dia tropecei num post na rede social, onde um deles dizia gostar de... fingir que está tocando guitarra na hora do solo! O que foi que aconteceu ...

Som da Liberdade: uma história tristemente real

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Som da Liberdade: direção de Alejandro Monteverde LUTANDO CONTRA UM MONSTRO REAL Ah, o burburinho! Ele é essencial na promoção e divulgação de qualquer produto da indústria cultural. No caso de Som da Liberdade , filme de 2023 dirigido por Alejandro Monteverde, ele alcançou níveis de decibéis tão altos que virou estrondo nas bilheterias – façanha notável para uma produção independente de baixo orçamento. Espirrou polêmicas para todos os lados e alvoroçou as lombrigas ideológicas dos que se interessam por cinema e também por política. Ou seja, todos nós! Antes de comentar sobre esse filme, portanto, é melhor examinar como isso aconteceu.           O diretor começou a gestar o filme em 2015 e realizou as filmagens em 2018 com o financiamento de investidores mexicanos. A produção foi engavetada em 2019, quando a 21st Century Fox, que faria a distribuição, foi adquirida por uma Disney entupida de lançamentos já programados e disposta a priorizar produtos da cul...

Sangue e Ouro: uma espécie de western germânico

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Sangue e Ouro: direção de Peter Thorwarth CONTRIBUIÇÃO DOS ALEMÃES PARA O CINEMA DE AÇÃO Os filmes de bangue-bangue espaguete foram uma invenção inusitada no início dos anos 1960. Rodados na Sicília e na Espanha por diretores italianos em busca da mesma atmosfera dos westerns americanos, trouxeram um sopro de renovação para o gênero, além de toques de um humor mais... mediterrâneo. E trouxeram também a certeza de que outras nacionalidades poderiam ousar seus próprios faroestes, apropriando-se dos clichês narrativos consolidados por cineastas como Sergio Leone e seus seguidores.           Dentre todos os países, o mais improvável de tal ousadia seria a Alemanha. Não por incompetência, é claro! Seu cinema de peso e repleto de contribuições significativas para a construção da sétima arte está nítido na mente de todo cinéfilo. Mas porque é dos alemães que nos costumam chegar algumas das produções mais compenetradas. Títulos como Metrópolis , O Enigma de Kaspar ...

Atirador: ação ágil, envolvente e catártica

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Atirador: direção de Antoine Fuqua TEM COISAS QUE SÓ CONSEGUIMOS RESOLVER A BALA! Depois de um dia intenso de trabalho, são diversos os motivos que nos fazem deitar no sofá e assistir a um filme. O mais comum é a busca por diversão – que tal qual a busca pela felicidade, é sempre uma jornada individual. Porém, às vezes, levamos sorte e topamos com cinema de qualidade, aquele que surpreende e entrega mais do que mero entretenimento. Traz reflexões, provocações, dúvidas, elevação intelectual, regozijo estético... Atirador , filme de 2007 dirigido por Antoine Fuqua, definitivamente não é esse tipo de filme. Mas traz um bônus valioso: catarse!           Não me refiro ao efeito que os psicólogos adoram provocar nos seus pacientes, cutucando o inconsciente para fazer jorrar as emoções traumáticas que ficaram represadas desde a infância. A catarse aqui é justamente aquela aristotélica, que tem função purificadora e purgatória, usada desde a tragédia grega para tra...

Treze Dias Que Abalaram o Mundo: a crise dos mísseis cubanos

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Treze Dias Que Abalaram o Mundo: direção de Roger Donaldson POLÍTICA É UM PROBLEMA, MAS TAMBÉM É A SOLUÇÃO! John F. Kennedy foi aquele presidente americano que teve um caso com a loira Marilyn Monroe e acabou morto enquanto passeava de conversível com a Jaqueline Onassis, ao levar um tiro na cabeça disparado por Lee Harvey Oswald. Resumi de forma tosca? Sim! Mas é praticamente tudo o que o grande público de hoje guarda na memória sobre um dos presidentes mais populares dos Estados Unidos. É curioso como ninguém mais se refere a esse personagem glamouroso como um político. Como tal, era dado a politicagens e badalações, mas sua curta carreira não foi uma festa permanente. Kenedy precisou lidar com o estresse de um dos episódios mais tensos da Guerra Fria. É assim que ele aparece em Treze Dias Que Abalaram o Mundo , filme de 2000 dirigido por Roger Donaldson.           O filme vai se esgueirando pelos bastidores da crise dos mísseis de Cuba, que em 1962 coloc...

O Pacto: será uma história é real?

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O Pacto: direção de Guy Ritchie NÃO SENTI FALTA DA TRADICIONAL EXTRAVAGÂNCIA DO DIRETOR No agitado mundo dos filmes de ação, o diretor britânico Guy Ritchie é uma usina de criatividade a serviço da diversão e do entretenimento. Desde que surgiu em 1998 com seu ótimo Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes , dirigiu vários sucessos, entre eles Sherlock Holmes , Snatch: Porcos e Diamantes , O Agente da U.N.C.L.E. e mais recentemente, Esquema de Risco - Operação Fortune . A narrativa sempre ágil e envolvente, os letreiros invadindo a tela, os diálogos afiados e o humor inteligente se tornaram suas marcas registradas. Esperava ver todos esses elementos reunidos em O Pacto , filme que ele dirigiu em 2023, mas não! Ao invés disso, assisti a um thriller de guerra compenetrado, com boa profundidade dramática, um enredo sólido e altas doses de tensão.           Devo dizer que a tradicional extravagância de Guy Ritchie não faz a menor falta em O Pacto . Ao invés del...

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