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Mostrando postagens com o rótulo Comédia Romântica

Encontros e Desencontros: emoções que se perdem na tradução

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Encontros e Desencontros: direção de Sofia Coppola NEM COMÉDIA, NEM ROMÂNTICA. ESTÁ MAIS PARA UMA PROVOCAÇÃO – Ah! Esse é aquele longa-metragem onde nada acontece! – Exclamou o cinéfilo arrependido, que eventualmente entrou na sala de cinema para assistir a Encontros e Desencontros esperando desfrutar uma comédia romântica. Escrito e dirigido em 2003 por Sofia Coppola, o filme rendeu para a diretora o Óscar de melhor roteiro original, mas não deve ser rotulado como um exemplar tradicional do gênero. Está mais para uma provocação. É um tanto disperso, mas para quem se atreve a embarcar na sua proposta, é divertido e envolvente.           Não assisti a esse filme no cinema. Lembro que aluguei uma cópia em DVD, junto com outros três filmes que deveriam ser devolvidos na segunda-feira, aproveitando o preço promocional que a locadora oferecia naquela sexta-feira chuvosa. É claro que acabei deixando esse filme para o domingo à noite. E assisti sozinho, já que minha mulher não conseguiu resi

Questão de Tempo: charme, leveza e ótimas reflexões

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Questão de Tempo: direção de Richard Curtis A BUSCA DA FELICIDADE EXIGE TEMPO E DEDICAÇÃO! Nesta semana reparei num post exibido nas minhas redes sociais, avisando que num dos canais da TV por assinatura seria exibido o filme Questão de Tempo , dirigido em 2013 por Richard Curtis. Uma rápida consulta à sinopse me deixou interessado: um jovem capaz de viajar no tempo usa suas habilidades para voltar ao passado e conquistar a mulher amada. Percebi de imediato não se tratar de um filme de ficção científica, estava mais para uma comédia romântica – especialmente porque o nome do diretor está fortemente associado ao gênero. Richard Curtis, para quem ainda não atinou, é o roteirista e produtor que criou filmes de sucesso como Um Lugar Chamado Notting Hill , O Diário de Briget Jones , Quatro Casamentos e um Funeral e Yesterday , além de ter dirigido Simplesmente Amor . Trabalhou inclusive no roteiro do filme Cavalo de Guerra , dirigido por Steven Spielberg.           Avisei Ludy, preparamos

Toscana: romantismo, gastronomia e uma fotografia deslumbrante

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Toscana: dirigido por Mahdi Avaz QUEM DISSE QUE O CINEMA NÃO COMUNICA SABORES E AROMAS? A imprensa já anunciava com insistência: uma frente fria estava chegando do sul para derrubar as temperaturas em Curitiba. Na noite em que ela finalmente deu as caras, encontrou Ludy e eu enrolados num cobertor, acomodados no sofá em frente à TV. Zapeando pelo serviço de streaming, tentávamos chegar a um acordo: um filme de ação com tiros e perseguições ou um drama denso, que mergulhasse em temas mais profundos. Então, nos deparamos com o título Toscana , dirigido em 2022 pelo dinamarquês de origem iraniana Mehdi Avaz. Minha mulher abriu um sorriso e me lançou um olhar de interrogação – estaria eu disposto a assistir a mais um filme romântico ambientado na Toscana, protagonizado por um chefe de cozinha, que provavelmente mostraria belíssimas paisagens e que abusaria das referências gastronômicas? E por que não! Apertei o play e tratamos de ser felizes!           Ludy e eu realizamos nosso sonho de c

Um Lugar Chamado Notting Hill: um bairro de Londres rouba a cena romântica

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Um Lugar Chamado Notting Hill: direção de Roger Michell É FANTASIA, MAS QUANTA AUTENTICIDADE! – Ora, me poupe! – exclama o sujeito, colocando o pronome na frente de tudo para mostrar seu descontentamento. Com tantas opções no streaming, a mulher tinha que escolher justo uma comédia romântica? Ainda por cima das antigas!           – Esse filme é tão leve... Não canso de assistir. – Ela nem desgruda o olho da tela para responder.           O sujeito faz o que precisa ser feito: pega o celular e vai para o seu canto, procurar notícias sobre esporte. Deixa a tela grande à inteira disposição da mulher, que permanece hipnotizada. Um Lugar Chamado Notting Hill , filme de 1999 dirigido por Roger Michell, tem esse efeito anestésico. É cinema assumidamente despretensioso e alienante, que desfralda com orgulho a bandeira do entretenimento, mirando sem pudor na bilheteria – uma coleção de heresias imperdoáveis na visão dos puristas, que encaram a sétima arte com mais seriedade.           Mas repar

Letra e Música: quando os compositores formam o par romântico

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Letra e Música: filme dirigido por Marc Lawrence UMA COMÉDIA ROMÂNTICA QUE SERVE COMO METÁFORA PARA A VIDA A DOIS Naquela manhã ensolarada e quente, Ludy e eu aproveitamos para caminhar pelas ruas do bairro, cumprindo nosso ritual diário. Durante o trajeto, decidi provocar um brain storm, para escolher um filme que pudesse servir de tema para a crônica da semana.         – Já sei! Por que você não fala sobre uma comédia romântica? Tem uma que eu adoro: Letra e Música , com aquele ator... o... Hugh Grant!         – Putz... Esse é muito sessão da tarde - reagi de pronto, deixando claro que comédias românticas não são da minha preferencia.         Cheguei em casa, preparei um post insinuando que estava à cata de sugestões e compartilhei nas redes sociais. Em resposta, vieram nos comentários os mais diferentes títulos, dos mais variados gêneros. Como não consegui optar por um, decidi que o certo seria desagradar a todos. Resolvi agradar a Ludy.         Falar sobre Letra e Música não é nen

Um Senhor Estagiário: ele tem muito o que ensinar e disposição para aprender

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Um Senhor Estagiário: filme de Nancy Meyers GRANDES ATORES, UM ROTEIRO LEVE E O FIRME PROPÓSITO DE DIVERTIR Criativo, ousado, comunicativo, maduro e experiente. Esbanjando bons atributos, o septuagenário Robert De Niro conseguiu a vaga no site de e-commerce e a confiança de sua chefe, a radiante Anne Hathaway. Agora, ele se vê cercado de juventude e de bons motivos para continuar sendo o sujeito agradável no qual se tornou. Um Senhor Estagiário , filme de 2015 escrito e dirigido por Nancy Meyers, é uma comédia leve, despretensiosa e repleta de personagens adoráveis.           Um Senhor Estagiário conta a história de Ben Whittaker (Robert DeNiro), um viúvo aposentado que não se rende à velhice e decide continuar produtivo profissionalmente. Quando encontra um anúncio do programa de estágio para a terceira idade oferecido pela loja virtual About The Fit, grava um vídeo e consegue a vaga. No seu novo trabalho, encontra-se cercado de jovens descolados, mas terá que trabalhar diretamente c

Um Bom Ano: comédia romântica de Ridley Scott

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Um Bom Ano: filme de Ridley Scott LONGE DO CINEMA INDUSTRIAL E PERTO DOS CLICHÊS DA COMÉDIA ROMÂNTICA Juntando a dupla Ridley Scott e Russel Crowe, logo pensamos no filme... Um Bom Ano ? Espere aí! Uma comédia romântica? Jura? Que surpresa! Essa produção de 2006 é um ponto fora da curva na parceria que diretor e ator estabeleceram em vários filmes de sucesso, como Gladiador , Robin Hood e O Gângaster .  Mas dessa vez o resultado desagradou a crítica – talvez prefiram seu nome ligado aos filmes contundentes, com mais ação e menos água com açúcar. Porém, uma coisa é fato: aqui ele acertou na leveza e no tom despreocupado. A história é simples, salpicada de clichês e tem final previsível. Mas pensando bem, não é exatamente isso que se espera de uma comédia romântica?           Um Bom Ano conta a história de Max Skinner (Russel Crowe), um lobo do mercado financeiro que vive em Londres, focado nos negócios. Quando recebe uma carta, avisando sobre a morte do seu tio Henry (Albert Finney),

Yesterday: filme com ótima ideia, mas roteiro fraco

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Yesterday: filme dirigido por Danny Boyle COMO DESPERDIÇAR UMA ÓTIMA IDEIA Já pensou acordar e descobrir que você é o único no planeta que se lembra das canções dos Beatles? Vasculha a internet e não encontra uma única vírgula sobre o quarteto de Liverpool. Mas você sabe de cor as letras, os acordes, os arranjos... Em certo momento você pensará que as canções são criações da sua mente. Num arroubo pretencioso, chegará a posar de compositor diante do espelho. Mas terminará consciente de que é proprietário de um acervo tão valioso, que não poderá ficar enfurnado nos confins da sua memória. Terá que assumir a responsabilidade de divulgá-lo para o mundo.           Pena que essa grande ideia tenha sido desperdiçada num filme... medíocre, por assim dizer. Dirigido por Danny Boyle, escrito por Richard Curtis e estrelado por Himesh Patel, o longa carece de personagens carismáticos, segue uma narrativa apática e é escasso de sensibilidade artística. Uma tal sentença pode parecer exagero, consid

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