De Volta Para o Futuro: trilogia sobre viagem no tempo

Cena do filme De Volta Para o Futuro
De Volta Para o Futuro: filme dirigido por Robert Zermeckis

O GRANDE TRUNFO DESSE FILME SÃO SEUS PERSONAGENS

Com o perdão do trocadilho, De Volta Para o Futuro é um dos filmes mais amados de todos os tempos. Se tivesse que escolher uma única palavra para defini-lo, seria “diversão”, mas há outros elementos responsáveis pelo sucesso dessa produção de 1985 dirigida por Robert Zemeckis. Seu principal trunfo está nos personagens, criados pelo roteirista Bob Gale e por Zemeckis. É ao redor deles que orbitam todas as grandes sacadas criativas que transformaram o filme numa das obras-primas da cultura pop.
        De Volta Para o Futuro conta a história de Marty McFly, um garoto de 17 anos que leva uma vida normal em uma cidadezinha da Califórnia. Tem problemas na escola, problemas com a família, quer um carro para sair com a namorada, sonha em ter uma banda... A única anormalidade na sua vida é a amizade que mantém com o Doutor Emmet Brown, um cientista alucinado que converteu seu DMC DeLorean em uma máquina do tempo. Por um desses azares da ficção científica, durante o primeiro teste do carro Marty aciona os circuitos do tempo e viaja para 1955. Lá ele acidentalmente atrapalha o namoro dos próprios pais, criando um paradoxo que vai impedi-lo de ter nascido. O único que pode resolver o problema é Doc Brown, ou melhor, sua versão ainda mais destrambelhada de 1955.
        O roteiro é uma viagem repleta de idas e vindas, sem deixar de ser linear, costurando uma grande quantidade de subtramas: o pai de Marty é um banana medroso e incorrigível, sua mãe em nada se parece com a recatada que finge ser, Doc Brown não tem a menor ideia de como operar a máquina do tempo, o valentão da escola faz de tudo para piorar a situação... 1955 reserva um enorme choque cultural para o rapaz, que terá que lidar com os jovens de um geração que não é a sua, enquanto experimentam novidades como o nascimento do rock n' roll, a prosperidade econômica e o imperativo da comunicação de massa.
        Com o envolvimento de Steven Spielberg, a produção ganhou contornos industriais, resultando na interferência de diversos profissionais criativos. A equipe construiu todo um universo repleto de símbolos e ícones que se popularizaram ao longo de décadas, resultando em incontáveis subprodutos derivados, como gibis, desenhos animados, peças de merchandising e videogames.
        Mas a vida não começou fácil para De Volta Para o Futuro. Antes de conseguirem a adesão de um grande estúdio, Zemeckis e Gale tiveram seu roteiro rejeitado mais de 40 vezes. Como comédia de ficção científica, o filme conseguia abordar o tema da viagem no tempo dentro de uma lógica que fazia todo o sentido, mas esbarrava nos costumes da época. Alguns queriam que os temas adolescentes fossem tratados com mais picardia e referência sexuais, a exemplo das comédias de sucesso nos anos 80. Outros não admitiam incluir as crianças como público alvo, já que a história apresentava uma mãe apaixonada pelo próprio filho. Por sorte a visão de Robert Zemeckis acabou imperando. Depois do sucesso comercial do seu filme Tudo Por Uma Esmeralda, ele ganhou carta branca.
        De Volta Para o Futuro nos mostrou que avançar e recuar no tempo não é privilégio de cientistas visionários, com seus aparatos tecnológicos. Um narrador habilidoso também consegue conduzir o espectador com precisão pelos labirintos do antes e depois!

Resenha crítica do filme De Volta Para o Futuro

Data de produção: 1985
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Bob Gale e 
Robert Zemeckis
Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson, Crispin Glover, Thomas F. Wilson, Claudia Wells, James Tolkan, Marc McClure e Wendie Jo Sperber

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