12 Anos de Escravidão: uma história verídica

Cena do filme 12 Anos de Escravidão
12 Anos de Escravidão: filme dirigido por Steve McQueen

ELE SOFREU A PIOR DAS INJUSTIÇAS

Em 1841, Solomon Northup era um homem exemplar. Casado, pai de três filhos, era instruído e letrado. Apaixonado por música, exercitava sua liberdade e levava uma vida honesta e produtiva, numa Nova Iorque repleta de oportunidades. Por outro lado, também conheceu o lado sombrio da humanidade e viveu horrores inimagináveis. Ele os registrou em sua autobiografia intitulada 12 Anos de Escravidão, uma narrativa de grande valor literário e relevância histórica publicada em 1853. O cineasta Steve McQueen e o roteirista John Ridley transportaram sua história para as telas e realizaram um dos mais importantes filmes sobre o drama dos escravos no sul dos Estados Unidos.
        12 Anos de Escravidão, de 2013, é um filme arrebatador. Conta como Northup, enganado por dois sujeitos abjetos, acaba sequestrado e levado para Nova Orleans, onde é vendido como escravo. Sem identidade, sem direitos individuais e sem meios de resgatá-los, ele passa a próxima dúzia de anos trabalhando em fazendas de algodão, sujeitando-se a injustiças e maus-tratos; amargando dores físicas e também as chagas emocionais de ver o sofrimento de seus pares. Jamais perdeu a esperança. Deixou um relato preciso e esperançoso, que contribuiu com a luta dos negros pelo resgate dos seus direitos civis.
        O empenho de Steve McQueen foi para fazer jus à refinada narrativa de Northup. Para ressaltar a contundência do relato, seu filme mantém o tom épico e faz uma reconstrução precisa da história, não apenas por meio do design de produção e dos figurinos, que saltam aos olhos, mas também no trato com o idioma, que se reflete nas falas e pronúncias dos atores. O diretor encontrou o equilíbrio certo entre emoção e comoção, mantendo uma linguagem precisa, que apesar de sustentada por planos longos e amplos, segue sempre num ritmo ágil.
        O roteiro de John Ridley deu incontáveis deixas para grandes atuações. A de Chiwetel Ejiofor, interpretando Solomon Northup é arrebatadora. Ele encontrou o tom certo para revelar um personagem inteligente e humano, que lida com o medo, com o ódio e com a fúria, mas entende a necessidade de se conter, buscando obstinadamente a liberdade sem perder a esperança. Com um elenco de peso, que traz nomes como Benedict Cumberbatch, Paul Dano, Paul Giamatti e Brad Pitt, o filme conta ainda com Lupita Nyong'o, que recebeu o Óscar de melhor atriz coadjuvante por interpretar a escreva Patsey.
        Para completar, 12 Anos de Escravidão também ficou com o Óscar de melhor filme e John Ridley saiu da festa com a estatueta de melhor roteiro adaptado.

Resenha crítica do filme 12 Anos de Escravidão

Ano de produção: 2013
Direção: Steve McQueen
Roteiro: John Ridley
Elenco: Chiwetel Ejiofor, Michael Fassbender, Benedict Cumberbatch, Paul Dano, Paul Giamatti, Lupita Nyong'o, Sarah Paulson, Brad Pitt e Alfre Woodard

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