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Mostrando postagens de março, 2020

Eu Sou a Lenda: remake de a Última Esperança da Terra

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Eu Sou a Lenda: filme dirigido por Francis Lawrence RUAS DESERTAS, SILÊNCIO PERTURBADOR, O VENTO SOPRANDO... ACHO QUE JÁ VI ESSE FILME! Assim que surgiu a pandemia do Covid19, Ludy e eu nos trancafiamos no apartamento por duas semanas. O governo estadual impôs um confinamento draconiano, que julgamos excessivo. Porém, como não vimos necessidade de sair – consigo atender meus clientes a partir do home office e minha mulher está aposentada – preferimos ficar espiando o desenrolar dos acontecimentos pela televisão. No começo, ficamos preocupados com nossas mães já idosas, com nossa filha morando sozinha na cidade de São Paulo, com a necessidade de ir ao supermercado, com as aglomerações... Mas depois, como qualquer cinéfilo que se preza, relaxei e resolvi assistir aos filmes e séries na TV. Decidi me alienar!           Ah, o verbo alienar! Como ele é cruel quando usado para rotular os cinéfilos. Nos faz parecer fúteis, desligados do mundo,  hipnotizados por uma espécie de feitiço audiovis

Onde os Fracos Não Têm Vez: no final, os irmãos Coen conseguem surpreender

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Onde os Fracos Não Têm Vez: direção de Ethan e Joel Coen HÁ ALGO QUE VOCÊ JAMAIS ENXERGARÁ NESSE FILME Há toneladas de críticas, resenhas, especulações e até dossiês completos na internet sobre o  filme  Onde os Fracos Não Têm Vez , dirigido em 2007 pelos irmãos Coen. Não estamos falando de um mero filme de sucesso. Trata-se de um verdadeiro objeto de culto, que reúne adoradores e detratores das mais variadas facções. Confesso que relutei antes de escrever uma crônica sobre esse filme. Não queria ser repetitivo, nem cair no lugar comum, então decidi comentar sobre aquilo que pode ter passado despercebido pela maioria dos espectadores.         Na hora de avaliar um filme, os cinéfilos costumam examinar certos parâmetros técnicos: desempenho dos atores, qualidade da fotografia, pertinência da trilha sonora, cuidados com a produção, realismo dos efeitos visuais... Porém, na saída do cinema, a soma das notas dadas a cada critério não consegue fechar a conta! E a razão é simples: de nada a

Guerra Mundial Z: é "Z" de Zumbi mas tem muito "A" de ação!

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Guerra Mundial Z: filme dirigido por Marc Forster BASTAM DEZ SEGUNDOS PARA O VIRUS INFECTAR E POUCAS CENAS PARA CAPTURAR SUA ATENÇÃO Resolvi comentar aqui na Crônica de Cinema sobre o filme Guerra Mundial Z , uma produção americana de 2013 estrelada por Brad Pitt. – Ora, mas é um filme de zumbis! – reclamariam aqueles mais interessados em ler sobre produções autorais e edificantes. Confesso que relutei em assistir a esse filme. Zumbis sempre foram repugnantes e deveriam ficar restritos aos trash movies . Mas, depois que embarquei no enredo que ele descreve, adorei a experiência!           Em Guerra Mundial Z os zumbis são produto de um vírus desconhecido, que se alastra com rapidez assombrosa – em apenas dez segundos a vítima se transforma em um voraz transmissor da doença, cujo único propósito é disseminar o vírus. L ogo nas primeiras cenas, a  velocidade e o sentido de urgência assumem o comando. Somos conduzidos assim até o final, num ritmo impecável. Note

Parasita: direto da comédia para tragédia, sem escalas

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Parasita: filme dirigido por Bong Joon-Ho RICOS E POBRES, ESPERTOS E OTÁRIOS, COMÉDIA E SUSPENSE... O FOCO É NO  DUALISMO ORIENTAL  Há tempos não acompanhava a festa do Oscar, mas em 2020 a curiosidade foi maior que o meu desprezo pelo desfile das celebridades. Naquele ano, a disputa era entre um filme sul-coreano feito com uma mistura de vários gêneros, um filme de guerra encenado como ópera em tempo real, um filme de super-heróis onde só o vilão aparece, um filme onde Hitler e o nazismo são abordados em tom de comédia, um filme cujo título faz merchandising para duas marcas da indústria automobilística, um filme dirigido por um brasileiro falando sobre um Papa argentino... Entre cochilos, vi a premiação transcorrer como sempre: surpresas aqui e ali, barbadas confirmadas e estatuetas distribuídas a rodo entre todos os setores da indústria do cinema. O grande vitorioso foi o filme Parasita , dirigido em 2019 por Bong Joon-ho e o resultado forneceu munição para uma saraivada de críti

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