Letra e Música: quando os compositores formam o par romântico
Letra e Música: filme dirigido por Marc Lawrence
Direção: Marc Lawrence
Roteiro: Marc Lawrence
Elenco: Hugh Grant, Drew Barrymore, Brad Garrett, Kristen Johnston, Haley Bennett e Campbell Scott
METÁFORA PARA A VIDA A DOIS
Naquela manhã ensolarada e quente, Ludy e eu aproveitamos para caminhar pelas ruas do bairro e cumprir nosso ritual diário. Durante o trajeto, decidi provocar um brain storm, para escolher um filme que pudesse servir de tema para a crônica da semana.
– Já sei! Por que você não fala sobre uma comédia romântica? Tem uma que eu adoro: Letra e Música, com aquele ator... o... Hugh Grant!
– Putz... Esse é muito sessão da tarde – reagi de pronto. Deixei claro que comédias românticas não são minha preferencia.
Cheguei em casa e preparei um post para as redes sociais, onde insinuei que estava à cata de sugestões. Em resposta, vieram nos comentários os mais diferentes títulos, dos mais variados gêneros; como não consegui optar por um, decidi que o certo seria desagradar a todos. Resolvi agradar a Ludy.
Falar sobre Letra e Música não é nenhum sacrifício. Ao contrário, gosto muito desse filme de 2007, escrito e dirigido por Marc Lawrence; o diretor já esteve envolvido com outras produções do gênero, como Miss Simpatia, Amor à Segunda Vista e Forças do Destino, todas leves e divertidas. Mas antes de falar sobre esse filme em especial, vamos refletir um pouco sobre esse subgênero que faz tanto sucesso comercial. A primeira coisa que precisamos lembrar é que as comédias românticas não nasceram no cinema, mas remontam às peças teatrais, como Muito Barulho Por Nada e Sonho de Uma Noite de Verão, escritas por William Shakespeare nos anos 1590. Sim, o bardo inglês foi o responsável por eternizar os clichês que há mais de quatro séculos arrancam risos e suspiros do público.
Faz tempo que as comédias românticas deixaram de ser “filmes para mulheres”. Na medida em que passaram a incorporar elementos estéticos ligados às artes e aos modismos, conquistaram outras fatias de público – principalmente entre os adolescentes –, por tratar com bom humor e leveza de temas ligados aos relacionamentos humanos, suas complicações e seus desdobramentos passionais. O subgênero é território sob domínio dos atores e terreno fértil para o surgimento de grandes expoentes, que invariavelmente esbanjam charme e carisma. É inevitável: os grandes astros sempre se metem em confusões numa comédia romântica.
– Já sei! Por que você não fala sobre uma comédia romântica? Tem uma que eu adoro: Letra e Música, com aquele ator... o... Hugh Grant!
– Putz... Esse é muito sessão da tarde – reagi de pronto. Deixei claro que comédias românticas não são minha preferencia.
Cheguei em casa e preparei um post para as redes sociais, onde insinuei que estava à cata de sugestões. Em resposta, vieram nos comentários os mais diferentes títulos, dos mais variados gêneros; como não consegui optar por um, decidi que o certo seria desagradar a todos. Resolvi agradar a Ludy.
Falar sobre Letra e Música não é nenhum sacrifício. Ao contrário, gosto muito desse filme de 2007, escrito e dirigido por Marc Lawrence; o diretor já esteve envolvido com outras produções do gênero, como Miss Simpatia, Amor à Segunda Vista e Forças do Destino, todas leves e divertidas. Mas antes de falar sobre esse filme em especial, vamos refletir um pouco sobre esse subgênero que faz tanto sucesso comercial. A primeira coisa que precisamos lembrar é que as comédias românticas não nasceram no cinema, mas remontam às peças teatrais, como Muito Barulho Por Nada e Sonho de Uma Noite de Verão, escritas por William Shakespeare nos anos 1590. Sim, o bardo inglês foi o responsável por eternizar os clichês que há mais de quatro séculos arrancam risos e suspiros do público.
Faz tempo que as comédias românticas deixaram de ser “filmes para mulheres”. Na medida em que passaram a incorporar elementos estéticos ligados às artes e aos modismos, conquistaram outras fatias de público – principalmente entre os adolescentes –, por tratar com bom humor e leveza de temas ligados aos relacionamentos humanos, suas complicações e seus desdobramentos passionais. O subgênero é território sob domínio dos atores e terreno fértil para o surgimento de grandes expoentes, que invariavelmente esbanjam charme e carisma. É inevitável: os grandes astros sempre se metem em confusões numa comédia romântica.
O formato incorporou ingredientes narrativos que se tornaram indispensáveis: Quando e de que maneira o par romântico se encontrará? Como irão superar suas diferenças? Em que momento descobrirão que foram feitos um para o outro? Quais serão as pressões da sociedade para impedir que terminem juntos? Por qual motivo inevitavelmente brigarão? Quando, finalmente, irão se reconciliar? Quantos e quantos filmes já foram realizados com esse roteiro de perguntas?
Letra e Música segue essa receita, mas leva um ingrediente especial: o par romântico é criativo e precisa criar um produto para a indústria cultural. Alex, vivido por Hugh Grant, é um músico que fez sucesso comercial nos anos 80, como integrante de uma banda adolescente; agora, imerso no ostracismo, tem a oportunidade de ressurgir das cinzas, desde que consiga, em poucos dias, compor uma canção encomendada por uma grande estrela pop. É aí que Sophie, interpretada por Drew Barrymore, entra em cena; escritora talentosa, mas atormentada pelo término de um relacionamento conturbado, ela se mostra uma parceira ideal, mas complicada.
O roteiro de Marc Lawrence é feliz ao criar cenas longas, mas envolventes, onde o casal romântico encontra espaço para interagir com charme e naturalidade; ao mesmo tempo, cumprem todas as etapas do relacionamento amoroso – e torcemos para que terminem juntos. E um delicioso bônus é que podemos acompanhar de perto o processo de criação da canção intitulada Way Back Into Love; vemos como a ideia musical surge na cabeça de Alex, como a letra de Sophie se encaixa nela, como as nuances da interpretação moldam a canção, como os instrumentos musicais são adicionados... Percebemos como a canção se torna resultado do envolvimento passional de ambos, exatamente como acontece na vida real – só que ao invés de canções, os casais costumam compor histórias de vida.
Sim, Letra e Música é uma comédia romântica com pretensões apenas comerciais, que nos oferece emoção fácil e pronta para consumo; mas de alguma forma, enxerguei nela uma espécie de metáfora para a vida a dois. Tudo aquilo que um casal constrói, é resultado de um processo criativo, que envolve os talentos, as aspirações e a experiência de cada um. Um entra com a letra, outro com música. No final, vira tudo uma coisa só, onde as partes não fazem o mesmo sentido quando admiradas separadamente.
Fiquei com vontade de ouvir a canção Way Back Into Love. E também fiquei feliz por ter decidido agradar a Ludy.
Letra e Música segue essa receita, mas leva um ingrediente especial: o par romântico é criativo e precisa criar um produto para a indústria cultural. Alex, vivido por Hugh Grant, é um músico que fez sucesso comercial nos anos 80, como integrante de uma banda adolescente; agora, imerso no ostracismo, tem a oportunidade de ressurgir das cinzas, desde que consiga, em poucos dias, compor uma canção encomendada por uma grande estrela pop. É aí que Sophie, interpretada por Drew Barrymore, entra em cena; escritora talentosa, mas atormentada pelo término de um relacionamento conturbado, ela se mostra uma parceira ideal, mas complicada.
O roteiro de Marc Lawrence é feliz ao criar cenas longas, mas envolventes, onde o casal romântico encontra espaço para interagir com charme e naturalidade; ao mesmo tempo, cumprem todas as etapas do relacionamento amoroso – e torcemos para que terminem juntos. E um delicioso bônus é que podemos acompanhar de perto o processo de criação da canção intitulada Way Back Into Love; vemos como a ideia musical surge na cabeça de Alex, como a letra de Sophie se encaixa nela, como as nuances da interpretação moldam a canção, como os instrumentos musicais são adicionados... Percebemos como a canção se torna resultado do envolvimento passional de ambos, exatamente como acontece na vida real – só que ao invés de canções, os casais costumam compor histórias de vida.
Sim, Letra e Música é uma comédia romântica com pretensões apenas comerciais, que nos oferece emoção fácil e pronta para consumo; mas de alguma forma, enxerguei nela uma espécie de metáfora para a vida a dois. Tudo aquilo que um casal constrói, é resultado de um processo criativo, que envolve os talentos, as aspirações e a experiência de cada um. Um entra com a letra, outro com música. No final, vira tudo uma coisa só, onde as partes não fazem o mesmo sentido quando admiradas separadamente.
Fiquei com vontade de ouvir a canção Way Back Into Love. E também fiquei feliz por ter decidido agradar a Ludy.
Resenha crítica do filme Letra e Música
Ano de produção: 2007Direção: Marc Lawrence
Roteiro: Marc Lawrence
Elenco: Hugh Grant, Drew Barrymore, Brad Garrett, Kristen Johnston, Haley Bennett e Campbell Scott
Quando tiver um tempinho, gostaria que você fizesse uma análise sobre o filme 'A lenda do pianista do mar', nada haver com o filme ' O pianista'. Um abraço.
ResponderExcluirCerto! Já vi bons comentários sobre esse filme, mas ainda não assisti. É uma boa dica. Obrigado!
ExcluirPelo menos vc agradou a sua mulher, a maioria não faz meu gênero mas valeu sua análise, sua explanação. ABS
ResponderExcluirAh, quando estamos abertos às experiências, o cinema sempre surpreende!
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