A Teoria de Tudo: uma cinebiografia de Stephen Hawking

Cena do filme A Teoria de Tudo
A Teoria de Tudo: filme dirigido por James Marsh

NO UNIVERSO DO CINEMA, A ORIGEM DE TUDO ESTÁ NUM ROTEIRO BEM COSTURADO

        De todos os candidatos a popstar, o mais improvável seria um físico acadêmico, condenado à cadeira de rodas pela esclerose lateral amiotrófica. Mas Stephen Hawking venceu todas as barreiras, como nos conta A Teoria de Tudo, filme de 2014 dirigido por James Marsh. Inspirado no livro de memórias de Jane Hawking, Travelling to Infinity: My Life with Stephen, o filme começou a nascer na mente do roteirista Anthony McCarten e ganhou corpo na medida em que foi recebendo o engajamento de gente muito talentosa.
        A Teoria de Tudo é uma cinebiografia do físico que ocupou a cadeira de Isaac Newton na Universidade de Cambridge e foi responsável por descobertas a respeito dos buracos negros. Somos apresentados a ele já nos tempos de estudante e vamos acompanhando sua trajetória acadêmica. Testemunhamos sua história de amor com Jane e o progressivo flagelo da doença que debilitaria seu corpo, mas nem chegaria perto da sua mente. Vemos o sucesso editorial, o imenso carisma e o senso de humor que transformaram o nome Stephen Hawking numa verdadeira marca de alcance mundial, dividindo as cenas com o drama pessoal e familiar do gênio.
        Anthony MaCarten, roteirista experiente e talentoso, que já escreveu filmes como Dois Papas, Bohemian Rhapsody e O Destino de Uma Nação, costurou seu projeto a partir de reuniões com a própria Jane Hawking. Nas cinebiografias que roteiriza, ele costuma encarnar dois tipos de escritores: o historiador e o dramaturgo. O primeiro persegue os fatos e o segundo tenta torná-los mais interessantes. O resultado é um equilíbrio que mistura verossimilhança com licenças poéticas.
        Em A Teoria de Tudo nos deparamos com diversas alegorias visuais, criadas para tornar menos áridas as explicações envolvendo a física. Como resultado, temos um filme ágil, que flui com leveza, mas sem perder a capacidade de emocionar. Méritos do diretor James Marsh, que realizou um filme britânico por excelência, envolvente, elegante e comovente. Ele já havia conquistado um Óscar por seu documentário O Equilibrista, sobre a travessia de Philippe Petit entre as torres gêmeas do World Trade Center.
        A competência do elenco também precisa ser destacada. Além de Eddie Redmayne, impecável no papel do físico – ele levou um merecido Óscar de melhor ator pelo papel – temos a atriz Felicity Jones, dando um show de interpretação como Jane Hawking. Por fim, quero lembrar aqui a emocionante trilha sonora assinada por Jóhann Jóhannsson.

Resenha crítica do filme A Teoria de Tudo

Data de produção: 2014
Direção: James Marsh
Roteiro: Anthony McCarten
Elenco: Eddie Redmayne, Felicity Jones, Maxine Peake, Charlie Cox, Emily Watson, Guy Oliver-Watts, Simon McBurney, Abigail Cruttenden, Charlotte Hope, Lucy Chappell, David Thewlis, Enzo Cilenti, Georg Nikoloff, Alice Orr-Ewing e Harry Lloyd

Comentários

Confira também:

Tempestade Infinita: drama real de resiliência e superação

Menina de Ouro: a história de Maggie Fitzgerald é real?

Siga a Crônica de Cinema