Radioactive: a história real de Madame Curie

Cena do filme Radioactive
Radioactive: filme dirigido por Marjane Satrapi

O BRILHO RADIANTE DE UMA ÓTIMA ATRIZ

Foi muito fácil clicar no play para assistir ao filme Radioactive, realizado em 2019 por Marjane Satrapi. Bastou olhar a imagem da atriz Rosamund Pike e ler na sinopse que se tratava de uma cinebiografia de Marie Curie. Empolgados, Ludy e eu nos preparamos para bons momentos de entretenimento. Enquanto os créditos iniciais ainda eram exibidos, chegamos a especular sobre o imenso potencial dramático de um filme sobre as descobertas científicas de tão renomada personagem.
        A verdade, entretanto, é que sabíamos muito pouco sobre Madame Curie – o suficiente apenas para acertar as questões básicas nas provas do ensino médio. A personagem aqui apresentada, ganhou contornos claramente romanceados; surpreendeu pela personalidade forte e pela genialidade, mas também pelo forte senso de família e dedicação em viver uma intensa história de amor com Pierre, o igualmente genial cientista que lhe deu o sobrenome francês.
        Radioactive abraça a vida da polonesa Marie, desde seus tempos de estudante na Universidade de Paris, onde conheceu o marido Pierre. Depois, narra o extenuante trabalho de pesquisa empreendido pelo casal, que resultou na descoberta de dois novos elementos químicos. O filme também acompanha a trajetória pessoal de ambos, até serem laureados com o prêmio Nobel – ela por duas vezes, em duas categorias diferentes: física e química. Os danos para a saúde de Marie e Pierre Curie, causados pela radioatividade, são pontos centrais na trama.
        O filme nos mantém presos à tela até o final e proporciona um bom espetáculo, principalmente pelo esforço do competente elenco – Rosamund Pike e Sam Riley em especial. Ao final, porém, concluí que Radioactive pecou pelo excesso de didatismo; apesar de receber um tratamento visual elegante, as cenas que ilustram as descobertas científicas de Marie e Pierre Curie  e sua importância na história do século XX  soam demasiado explicativas e dispersas do contexto dramático. Mais tarde, ao pesquisar na internet, entendi o motivo.
        A diretora Marjane Satrapi usou como base para seu filme a história em quadrinhos com o mesmo título criada por Lauren Redniss, uma artista americana premiada por seus livros didáticos que combinam artes gráficas e narrativas biográficas. Além disso, Satrapi, que é francesa de origem iraniana, vem justamente do universo das artes visuais e neste seu primeiro longa procurou expandir a mesma linguagem que desenvolveu em seus filmes de animação.
        Por fim, o roteiro preciso de Jack Thorne, que tem no currículo filmes como Os Aeronautas e Extraordinário, deu muita munição para que Rosamund Pike brilhasse radiante na tela; porém, o roteirista se empenhou mais em cultivar o mito ao redor do casal Curie do que explorar o alcance dramáticos de personagens tão revolucionários no cenário científico e cultural.

Resenha crítica do filme Radioactive

Ano de produção: 2019
Direção: Marjane Satrapi
Roteiro: Jack Thorne
Elenco: Rosamund Pike, Sam Riley, Aneurin Barnard e Anya Taylor-Joy

Comentários

  1. Desta vez a crônica está melhor que o filme.

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    1. Ah é um bom filme! Muito obrigado pelo feedback!

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