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Minority Report - A Nova Lei: a policia do futuro poderá prever os crimes e evitá-los

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Minority Report - A Nova Lei: filme dirigido por Steven Spielberg FICÇÃO CIENTÍFICA ANCORADA EM PERSONAGENS BEM CONTRUÍDOS Num futuro próximo, a polícia será capaz de prever a ocorrência de um crime e prender seu autor antes que ele o cometa. Uma ideia tão fascista só poderá dar errado! Em Minority Report − A Nova Lei , filme de 2002 dirigido por Steven Spielberg e estrelado por Tom Cruise, o próprio chefe da polícia acaba perseguido por um crime que ainda vai cometer. O roteiro de Scott Frank e Jon Cohen, baseado num conto de Philip K. Dick, lapidou os personagens e a nossa visão do futuro.           Philip K. Dick é um às da ficção científica. Além de Blanner Runner escreveu O Vingador do Futuro , Assassinos Cibernéticos , O Vidente , Os Agentes do Destino , Blade Runner 2049 e Minority Report . Esta adaptação para o cinema dirigida por Steven Spielberg é de 2002 – realizada há quase 20 anos, portanto – e oferece relances de como será o nosso dia-a-dia no futuro, mas parte de uma

Os Gritos do Silêncio: fugindo do extermínio no Camboja

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Os Gritos do Silêncio: filme dirigido por , Roland Joffé O JORNALISMO REGISTRA OS FATOS, MAS NO CINEMA VIVENCIAMOS O DRAMA O Khmer Vermelho, partido comunista do Camboja, executou nos anos 70 uma engenharia social que resultou no genocídio de 30% dos cambojanos. O filme  Os Gritos do Silêncio , dirigido em 1984 por Roland Joffé retrata os fatos em dois momentos: pelos olhos de Sydney Schanberg, jornalista do The New York Times e depois pelos de seu assistente, Dith Pran, que escapou dos campos de extermínio de forma dramática. No elenco, Sam Waterston e o ganhador do Óscar Haing S. Ngor.           O cambojano Haing S. Ngor não era ator. Era um médico que, na vida real, havia passado pelos mesmos horrores experimentados pelo personagem que interpretou no filme  Os Gritos do Silencio : conseguiu escapar do matadouro em que se transformou seu país. Sua atuação convincente – tanto que foi premiada com o Óscar de melhor ator coadjuvante – ajudou a contar essa história dramática, uma das mai

Fratura: um fraco, com um roteiro... trincado!

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Fratura: filme dirigido por Brad Anderson AQUI, O ROTEIRISTA SÓ QUER MANIPULAR O ESPECTADOR Antes de tudo, é preciso que se diga: estamos diante de um filme fraco – decepcionante até mesmo para aqueles que não se interessam pelas minúcias do cinema e buscam apenas por distração rasa. Fratura , dirigido em 2019 por Brad Anderson, é um suspense psicológico sem profundidade, aferrado aos clichês e... esquecível! Escolheu como tema a insanidade e nos traz um protagonista que se vê confrontado com ela, cena após cena, enquanto consome suas energias tentando mostrar a todos que não é louco.           – Ah, mas esse tema é instigante e complexo! – diriam os cinéfilos acostumados a colecionar títulos relevantes sobre a loucura, como Taxi Driver , Ilha do Medo , Se7en - Os Sete Crimes Capitais , Fragmentado e tantos outros. Sim, fui fisgado pelo mesmo raciocínio e, por curiosidade, decidi dar o play nessa produção da Netflix. Terminei irritado, mas encontrei consolo no fato de ter acompanhado

O Homem nas Trevas: suspense e terror num filme autoral

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O Homem nas Trevas: Fede Alvarez TENSÃO E SUSPENSE QUE NASCEM DO PLENO DOMÍNIO DAS TÉCNICAS NARRATIVAS Numa Detroit falida e vazia, três jovens assaltantes descobrem uma barbada: invadir a casa de um velho cego, que tem muito dinheiro guardado. O que eles não sabem é que ele também guarda segredos e é dono de uma fúria insana. Em O Homem nas Trevas , filme de 2016 escrito e dirigido por Fede Alvarez − o jovem prodígio uruguaio descoberto por Hollywood − a tensão crescente é de grudar na poltrona. Nessa história onde todos são bandidos, quase não dá tempo para respirar.           O Homem nas Trevas  conta como Rocky (Jane Levy), Alex (Dylan Minnette) e Money (Daniel Zovatto) descobriram um jeito de assaltar casas numa Detroit esvaziada pela crise econômica: vasculham o cadastro da empresa de segurança do pai de Alex e escolhem as melhores oportunidades para agir. Quando os três delinquentes ficam sabendo que o velho Norman Nordstrom (Stephen Lang), um ex-combatente cego que vive sozinho

Perfume de Mulher: um remake que encanta pelas cenas memoráveis

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Perfume de Mulher: filme dirigido por Martin Brest A MAGIA ACONTECE Q UANDO UM CEGO CONSEGUE ENXERGAR A SI MESMO O que há de novo que possa ser dito sobre  o filme  Perfume de Mulher , que o leitor ainda não saiba? Detalhes dos bastidores? Curiosidades sobre o roteiro? Fofocas a respeito dos atores? Tal conteúdo está disponível com fartura na internet, ao alcance de poucos cliques. O motivo que me leva a mencioná-lo mais uma vez aqui na Crônica de Cinema – há tempos postei um vídeo com a memorável cena do tango, onde Gabrielle Anwar e Al Pacino dançam ao som de Por Una Cabeza – é na verdade bem simples: lembrei desse filme depois de divagar sobre a busca pelo autoconhecimento.           Essa palavra tem sido pronunciada com frequência na mídia e nas redes sociais, como instrumento eficiente para alcançar uma tão almejada evolução pessoal e moral. Mas de que maneira alguém pode verdadeiramente se autoconhecer? Encarando-se no espelho? Olhando para o próprio umbigo?  Escavando a própria

A Testemunha: filme de 1985 continua emocionante

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A Testemunha: filme dirigido por Peter Weir QUANTAS CENAS MEMORÁVEIS PODEM SER INCLUÍDAS NUM FILME? QUANTAS COUBEREM! Não espere profundidade psicológica dos personagens nem densidade dramática no roteiro. O filme A Testemunha , de 1985, é um drama policial para consumo ligeiro, mas muito saboroso. Esse sabor adicional se deve ao talento e ao empenho de Peter Weir, o diretor que chegou a Hollywood para impor seu jeito de fazer cinema. Consagrado como um dos principais nomes da New Wave australiana, enxergou na história do detetive que se esconde numa comunidade Amish, fugindo de tiras corruptos, uma oportunidade para criar cenas memoráveis, realizadas com sensibilidade e bom gosto. Vamos à sinopse:           A Testemunha conta a história de John Book (Harrison Ford), o policial encarregado de uma investigação de assassinato numa estação de trem da Filadélfia, que esbarra numa testemunha ocular: Samuel (Lukas Haas), um garoto de oito anos que viaja com a mãe, Rachael (Kelly McGillis),

A Onda: baseado em fatos que um dia podem ser reais!

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A Onda: filme dirigido por Roar Uthaug CINEMA NORUEGUÊS MANIPULA CLICHÊS E ACABA NUMA GRANDE CATÁSTROFE Cineastas costumam ser fisgados pela sétima arte logo na infância. A possibilidade de criar realidades alternativas, iludir com efeitos especiais e dar asas à imaginação, confere um tom lúdico à criação cinematográfica, sugerindo que tudo não passa de pura diversão. Aqueles com habilidades narrativas logo encontram o caminho da profissão, o que não os impede de continuar se divertindo muito ao longo do processo. Esse parece ser o caso do diretor norueguês Roar Uthaug. Seu filme A Onda , realizado em 2015, é um autêntico exemplar do cinema catástrofe, que mistura ação, tensão e destruição, numa fórmula que esperamos encontrar nos melhores parques de diversões. Tem efeitos visuais dignos de Hollywood, mas vem também com uma forte personalidade nórdica.           Fã declarado dos filmes de terror e de catástrofe, Roar Uthaug embarca aqui num gênero consagrado, que lida com conceitos já

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