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Eu Sou a Lenda: remake de a Última Esperança da Terra

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Eu Sou a Lenda: filme dirigido por Francis Lawrence RUAS DESERTAS, SILÊNCIO PERTURBADOR, O VENTO SOPRANDO... ACHO QUE JÁ VI ESSE FILME! Assim que surgiu a pandemia do Covid19, Ludy e eu nos trancafiamos no apartamento por duas semanas. O governo estadual impôs um confinamento draconiano, que julgamos excessivo. Porém, como não vimos necessidade de sair – consigo atender meus clientes a partir do home office e minha mulher está aposentada – preferimos espiar o desenrolar dos acontecimentos pela televisão. No começo, ficamos preocupados com nossas mães já idosas, com nossa filha que mora sozinha na cidade de São Paulo, com a necessidade de ir ao supermercado, com as aglomerações... Mas depois, como qualquer cinéfilo que se preza, relaxei e resolvi assistir aos filmes e séries na TV. Decidi me alienar!           Ah, o verbo alienar! Como ele é cruel quando usado para rotular os cinéfilos. Nos faz parecer fúteis, desligados do mundo,  hipnotizado...

Onde os Fracos Não Têm Vez: adaptação de um romance sombrio

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Onde os Fracos Não Têm Vez: direção de Ethan e Joel Coen HÁ ALGO QUE VOCÊ JAMAIS ENXERGARÁ NESSE FILME Há incontáveis megabytes de críticas, resenhas, especulações e até dossiês completos na internet sobre Onde os Fracos Não Têm Vez , dirigido em 2007 por Ethan e Joel Coen. O filme se tornou um verdadeiro objeto de culto entre alguns cinéfilos e confesso que relutei antes de escrever sobre ele. Não queria ser repetitivo, nem cair no lugar comum. Então, decidi comentar sobre aquilo que pode ter passado despercebido pela maioria dos espectadores.           Mas antes, será preciso trazer à tona algumas obviedades. A primeira delas é que o material não foi originalmente escrito pelos irmãos Coen. Trata-se, sim, de uma adaptação do romance com o mesmo título, escrito por Cormac McCarthy. O autor, que morreu em 2023 aos 89 anos, é festejado como um dos maiores escritores americanos e assinou vários romances, peças de teatro e roteiros para o cinema – A Estrada ,...

Guerra Mundial Z: é "Z" de Zumbi mas tem muito "A" de ação!

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Guerra Mundial Z: filme dirigido por Marc Forster BASTAM DEZ SEGUNDOS PARA O VIRUS INFECTAR E POUCAS CENAS PARA CAPTURAR SUA ATENÇÃO Resolvi comentar aqui na Crônica de Cinema sobre o filme Guerra Mundial Z , uma produção americana de 2013 estrelada por Brad Pitt. – Ora, mas é um filme de zumbis! – reclamariam aqueles mais interessados em ler sobre produções autorais e edificantes. Confesso que relutei em assistir a esse filme. Zumbis sempre foram repugnantes e deveriam ficar restritos aos trash movies . Mas, depois que embarquei nessa aventura, adorei a experiência!           Em Guerra Mundial Z os zumbis são produto de um vírus desconhecido, que se alastra com rapidez assombrosa – em apenas dez segundos a vítima se transforma em um voraz transmissor da doença, cujo único propósito é disseminar o vírus. L ogo nas primeiras cenas, a  velocidade e o sentido de urgência assumem o comando. Somos conduzidos assim até o final, num ...

Parasita: direto da comédia para tragédia, sem escalas

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Parasita: filme dirigido por Bong Joon-Ho O FOCO É NO  DUALISMO ORIENTAL  Há tempos não acompanhava a festa do Oscar, mas em 2020 a curiosidade foi maior que o meu desprezo pelo desfile das celebridades. Naquele ano, a disputa era entre um filme sul-coreano feito com uma mistura de vários gêneros, um filme de guerra encenado como ópera em tempo real, um filme de super-heróis onde só o vilão aparece, um filme onde Hitler e o nazismo são abordados em tom de comédia, um filme cujo título faz merchandising para duas marcas da indústria automobilística, um filme sobre um Papa argentino, dirigido por um brasileiro...           Entre cochilos, vi a premiação transcorrer como sempre: surpresas aqui e ali, barbadas confirmadas e estatuetas distribuídas a rodo entre todos os setores da indústria do cinema. O grande vitorioso foi o filme Parasita , dirigido em 2019 por Bong Joon-ho , que forneceu munição para uma saraivada de críticas e achismos, que...

No Escuro da Floresta: Vai muito além do apocalipse!

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No Escuro da Floresta: filme dirigido por Patricia Rozema O APOCALIPSE SE TORNA INTIMISTA AO GANHAR UM TOQUE FEMININO – Não dá pra se guiar pela sinopse. Esse filme é muito melhor do que dizem – reclamou Ludy, apertando o passo para ultrapassar o casal de idosos à nossa frente. Enquanto a seguia pela pista movimentada do parque, retruquei:         – Ah, mas pense que é difícil resumir um filme inteiro em pouquíssimas palavras. Ainda mais um tão denso!         – Não tem desculpa! Quem escreve essas sinopses só pode ser um estagiário! – insistiu ela.         Minha mulher estava indignada. Por pouco deixamos de assistir ao filme  No Escuro da Floresta , escrito e dirigido em 2016 pela canadense Patricia Rozema. Classificado no serviço de streaming como drama e descrito rapidamente como um filme pós-apocalíptico, não causou empolgação quando nos deparamos com ele na lista de sugestões. O que me motivou mesmo foi a capa do fil...

Transformers - O Filme: o primeiro da franquia

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Transformers: filme dirigido por Michael Bay FILMES DE AÇÃO NOS DEIXAM DISTRAÍDOS Alice tem quatro anos. É o xodó da família e foi o centro das atenções em nosso último encontro festivo. Filha de nossa afilhada, desperta em Ludy, minha mulher, o ímpeto de tia-avó coruja. Quanto a mim, me divirto com suas tiradas engraçadas, que misturam ingenuidade com a lógica peculiar das crianças muito pequenas e adoráveis. A mais recente travessura que Alice aprontou foi na praia, enquanto fazia um castelo de areia com um amiguinho. Proibidos de se aproximar do mar, em dado momento decidiram inundar o fosso do castelo, mas precisavam de água. Como obtê-la? Ela traçou um plano:         – Vou distrair meu pai. Enquanto isso, você vai no mar e enche o balde de água. – Alice só se esqueceu de sussurrar no ouvido do amiguinho. Ingenuamente, tramou a conspiração em voz alta, bem ao lado do pai, que estava de vigia. Depois de tudo combinado, Alice virou-se para o pai, arregalou os olhos...

Ferrugem: é sobre as nossas dificuldades de comunicação!

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Ferrugem: filme dirigido por Aly Muritiba É SOBRE JOVENS, MAS CONVERSA TODAS AS GERAÇÕES Ludy e eu tínhamos um forte motivo para assistir ao filme Ferrugem , dirigido em 2018 por Aly Muritiba. Nada a ver com o fato de ter sido rodado em Curitiba – cidade onde vivemos – nem com as críticas favoráveis que circulavam na mídia. Naquela fria noite de quarta-feira, fomos a um cinema de shopping por um único motivo: prestigiar nosso sobrinho, que participara da produção como assistente de direção.         Sim, leitor, pode me acusar de nepotismo! Mas, se entrei naquela sala de cinema pelo motivo errado, quando me levantei da poltrona, ao final da projeção, estava redimido.  Ferrugem é um ótimo filme e festejei a oportunidade de tê-lo visto na telona, em sua plenitude. Tem roteiro bem costurado – assinado pelo próprio Aly Muritiba e por Jessica Candal. Traz ótimas interpretações, segue num ritmo envolvente e tem uma direção segura. O filme aborda um tema relevante e...

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