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Thelma & Louise: duas mulheres encurraladas pelo machismo

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Thelma & Louise: filme dirigido por Ridley Scott UM FILME ONDE O ESPÍRITO DO TEMPO VEM SE MANISFESTAR No final do Século XVIII, o romantismo dos alemães rompeu com a hegemonia do pensamento racional iluminista. Deu voz aos sentimentos, à individualidade e às experiências pessoais nas reflexões filosóficas. A literatura, a música, as artes e a cultura ficaram mais arrebatadoras e... atormentadas! Foi nessa época que surgiu o conceito de Zeitgeist. A palavra do idioma alemão é traduzida como “espírito do tempo” e designa o ambiente intelectual, social e cultural de uma determinada época ou lugar. Ao mesmo tempo em que refletem esse espírito do tempo, as obras culturais o influenciam, ajudando a compor o caldo que ouso chamar de mentalidade.           Olhando para as obras cinematográficas, podemos perceber a mentalidade reinante que as produziu. Olhando para Thelma & Louise , realizado em 1991 por Ridley Scott, é fácil perceber como o filme foi bem-sucedido em capturar o Zeitgeis

7 filmes que condenam a intolerância racial

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Filmes que tocam no tema do racismo são polêmicos. Não deveriam ser: racismo é crime, doutrina moralmente inaceitável e prática repugnante, que reflete a mentalidade de gente obtusa e sem apreço pelos direitos individuais. Mas os que militam nas causas antirracistas enxergam nuances nas diferentes formas de abordar o tema e consideram algumas delas inapropriadas. Aqui está uma lista com sete filmes onde o racimo está no centro do enredo, para você tirar suas próprias conclusões. Clique e leia as crônicas sobre cada um deles. E fique tranquilo: aqui na Crônica de Cinema não damos spoliers. 1 - 12 Anos de Escravidão O relato real e contundente de Solomon Northip, um homem que perdeu a liberdade, mas lutou até reaver sua dignidade. Leia mais 2 - Missisipi em Chamas Um filme de Alan Parker sobre os horrores da segregação nos Estados Unidos, que continua sempre atual Leia mais 3 - Amistad Uma história verídica, filmada por Steven Spielberg como uma verdadeiro ode em favor das liberdades ind

8 histórias reais que viraram ótimos filmes

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Filmes baseados em fatos costumam adicionar pitadas de dramatização em histórias surpreendentes. Eis aqui uma lista com 8 filmes que prenderão sua atenção do começo ao fim. Clique e leia as crônicas sobre cada um deles. E fique tranquilo: aqui na Crônica de Cinema não damos spoliers. 1 - Sully - O Herói do Rio Hudson A história real do pouso forçado em em Nova Iorque contada com maestria por Clint Eastwood. Leia mais 2 - Capitão Phillips Um thriller eletrizante dirigido por Paul Greengrass sobre o navio sequestrado por piratas na costa da Somália. Leia mais 3 - Spotlight – segredos revelados O drama da investigação que revelou os casos de pedofilia na igreja de Boston Leia mais 4 - A Travessia O feito artístico de Philippe Petit, que atravessou as torres gêmeas na corda bamba, vira uma experiência de cinema vertiginosa Leia mais 5 - Os Sete de Chicago Um filme de tribunal onde respiramos o gás lacrimogêneo dos anos 60 Leia mais 6 - Todo o dinheiro do mundo Ridley Scoot conta como o bil

O Cântico dos Nomes: uma ode imaginativa e original

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O Cântico dos Nomes: filme de François Girard UM DRAMA MUSICAL FICTÍCIO AGARRADO NAS VERDADES SOBRE O HOLOCAUSTO           Antes de mais nada é preciso deixar claro: O Cântico dos Nomes,  produção de 2019 dirigida pelo canadense François Girard é um filme sobre o Holocausto. É um drama ficcional, com personagens inventados e situações imaginárias, mas traz uma camada de autenticidade capaz de transmitir verossimilhança e credibilidade, a ponto de parecer ter sido inspirado em fatos. A produção é uma adaptação do romance com o mesmo título, escrito em 2002 pelo crítico musical britânico Norman Lebrecht, autor que conhece os bastidores do mundo da música erudita como poucos – ele mantém o blog de música clássica chamado Slipped Disc . A história que ele nos conta é comovente e combina um profundo respeito pela fé religiosa, pelos valores familiares e pela linguagem musical.           O Cântico dos Nomes conta a história de Martin Simmonds. Quando garoto ganhou um irmão adotivo, o prodíg

Clube da Luta: proposta anarquista para desvendar o sentido da vida

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Clube da Luta: dirigido por David Fincher LUTANDO PARA PREENCHER O VAZIO EXISTENCIAL Quando penso no filme Clube da Luta , dirigido em 1999 por David Fincher, a primeira palavra que me vem à mente é "publicidade". A matéria me interessa profundamente, tanto que a escolhi como profissão – isso no comecinho dos aos 1980, quando tinha 18 anos e ainda não sabia exatamente onde estava me metendo. Mas tinha plena noção de que trabalharia numa atividade motora do capitalismo, crucial para alimentar a sociedade de consumo. Eram outros  tempos: os consumidores sabiam exatamente quando estavam sendo abordados por mensagens publicitárias. Elas chegavam pelos comerciais de rádio e TV, dos jornais e revistas, placas na rua... Hoje, nos meios digitais, informação e persuasão estão de mãos dadas e nem sempre a publicidade se mostra explícita os consumidores.            Conhecer por dentro o mecanismo astuto da publicidade não me imunizou dos seus efeitos. Por várias vezes sucumbi às pressõe

Sociedade dos Poetas Mortos: ainda hoje, uma mensagem poderosa

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Sociedade dos Poetas Mortos: filme de Peter Weir CINEMA E LITERATURA NUMA RELAÇÃO SIMBIÓTICA           – O livro é muito melhor do que o filme! Mais completo, mais descritivo. Revela detalhes que o diretor simplesmente ignorou.           – Nada disso! O filme dá de dez a zero! É mais objetivo e tem um final mais inteligente.           Discussões como essa são fáceis de encontrar em comentários nas postagens dos grupos de cinema. Com frequência acabam da mesma forma como começaram: ambos os lados saem com a mesma opinião que trouxeram. Soa arrogante dizer que tais discussões são inúteis, afinal elas trazem à tona informações relevantes para os apreciadores de cinema e literatura – além de serem um ótimo pretexto para interagir com gente que compartilha o mesmo prazer pelas artes narrativas. Prefiro lembrar que livro e filme são duas experiências sensoriais diferentes da mesma história e não podem ser comparados como se olhássemos irmãos gêmeos, tentando diferenciá-los nas miudezas. Nem

Projeto Flórida: alegrias e tristezas, fantasia e realidade

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Projeto Flórida: filme dirigido por Sean Baker CINEMA INDEPENDENTE E INSPIRADO, BEIRANDO O EXPERIMENTALISMO Quando o cinema independente dá as caras na TV por assinatura e nos serviços de streaming, dá para sentir o sopro de renovação entrando pela sala. Ludy e eu estávamos acomodados no sofá depois do jantar, indecisos sobre o que assistir, quando Projeto Flórida , filme de 2017 dirigido por Sean Baker entrou por uma brecha e agarrou nossa atenção. Diferente, inteligente, emocionante e envolvente, conquistou mais dois admiradores e motivou este cronista a pesquisar sobre a produção para engordar o acervo da Crônica de Cinema.           Projeto Flórida não segue os cânones narrativos de Hollywood, estabelecidos a partir das formulas shakespearianas já amplamente testadas e aprovadas nas bilheterias. A história não vem contada em três atos e as cenas não são enfileiradas em blocos de tensão e resolução. O que há é uma fluidez natural, que oferece o mínimo de exposição e o máximo de dra

Sete Anos no Tibet: uma experiência real e transformadora

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Sete Anos no Tibet: filme de Jean-Jaques Annaud UMA ESCALADA DE POLÊMICAS, COM DOSES EXAGERADAS DE BOM CINEMA Histórias envolvendo alpinistas tendem a nos remeter a valores como determinação, autoconfiança, destemor e desejo de superação. Nelas, os protagonistas são submetidos a provações extenuantes e o papel do vilão é quase sempre desempenhado pela natureza implacável. No filme  Sete Anos no Tibet , dirigido em 1997 por Jean-Jacques Annaud, o trem da narrativa não segue por esses trilhos, mas nos conta uma história onde a palavra-chave é transformação. E termina num tema tão espinhoso e polêmico que por muito pouco o filme não descarrilha.          O filme  Sete Anos no Tibet é baseado no relato de viagem narrado no livro com o mesmo título, escrito pelo austríaco Heirich Harrer, um dos maiores montanhistas de seu tempo. Ele escalava o Himalaia quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial e foi feito prisioneiro dos ingleses na Índia, juntamente com o também alpinista Peter Aufschnaiter

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