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As 20 crônicas mais lidas

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OS TÍTULOS PREFERIDOS Cinéfilos adoram listas de filmes! Esta, porém, não classifica os títulos pela qualidade, mas pela quantidade de leitores, que chegam por meio das redes sociais e da pesquisa orgânica no Google. Eles buscam mais informações sobre algum filme e as encontram aqui, na Crônica de Cinema, onde já publiquei cerca de 500 crônicas. As 20 mais lidas já somam 209.331 visualizações até a presente data. Posição Filme Leitores 20º Um Sonho Possível 4.310 19º Medo da Verdade 4.447 18º O Gângster 4.570 17º Terra Selvagem 4.596 16º Entre Facas e Segredos 4.830 15º Águas Rasas 4.859 14º O Espião Inglês 5.083 13º Gênio Indomável 5.819 12º Amistad 5.966 11º A Ch...

Vestígios do Dia: um clássico dos anos 1990

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Vestígios do Dia: direção de James Ivory O PRIVILÉGIO DE PODER CONSUMIR ALTA CULTURA Que serventia tem a cultura, afinal? Ela é para nos lembrar que somos mais do que bichos! Somos humanos, capazes de nos pôr em contemplação diante da existência. E como tal, alcançamos outras realidades além daquela governada pelas leis da física e da química. Para nutrir a alma, precisamos mais do que pão – ou picanha. Precisamos de cultura! Mas não daquela cultura industrial, na qual vivemos imersos desde pequenos. Aliás, o propósito dos produtos culturais, que jorram da mídia e das instituições de ensino, parece ser o de nos conduzir na direção contrária. Tentam nos arrebanhar feito gado apaziguado pelo consenso coletivista.           Se consumimos essa cultura popular é por razões utilitaristas, e também porque ela nos inicia no exercício da contemplação. Bichos não degustam vinhos, não combinam sabores, não leem poesia, não apreciam pinturas, não se arrepiam com passag...

Direto ao Conto - 6

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RESTOLHOS O apocalipse, quando veio, não foi na forma de hecatombe nuclear. Foi um mero apagão! Algum tipo de anomalia solar mexeu com as forças magnéticas do planeta e fritou nossas redes de geração e distribuição de energia. A eletricidade simplesmente deixou de existir. Ao menos aquela que jorrava com fartura das tomadas embutidas nas paredes de casa, que usávamos para carregar nossos celulares. Junto com a eletricidade, desapareceram os bytes, os megabytes e o dinheiro! Depois, num acelerado efeito dominó, desapareceram a comida, os combustíveis fósseis, os meios de transporte, a informação, a salubridade, a lei, a ordem... Um mês de escuridão foi suficiente para gerar o caos e aniquilar 20% dos humanos. Em três meses, restávamos 50%. Em seis meses, não chegávamos a 15% de farrapos humanos.           Na manhã do apagão global estava com 32 anos e morava sozinho, num apartamento alugado no centro da cidade. Trabalhava para uma agência de propaganda como ...

Os Rejeitados: drama, comédia e personagens verossímeis

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Os Rejeitados: direção de Alexander Payne UM BELO EXEMPLAR DE COMÉDIA DRAMÁTICA O símbolo criado pelos antigos gregos para representar o teatro pode causar confusão entre os mais distraídos. Comédia e drama – a máscara sorridente ao lado daquela em prantos – não são conceitos excludentes, que se repelem mutuamente. Ao contrário, são complementares. É claro que quando falamos em comédia, o que vem à mente são as obras leves e engraçadas, recheadas de sátiras que arrancam risos. O drama, por sua vez, remete a obras densas e melancólicas, que levam às lágrimas. Conhecemos bem as duas faces dessa moeda, que se alternam a todo instante no jogo da vida – por vezes, num mesmo dia, vivemos situações que nos levam de um pólo emocional a outro.           Na arte, deveria acontecer o mesmo! Então, para além da comédia e do drama, a indústria do cinema criou o gênero comédia dramática, onde encaixa as obras que combinam elementos de ambos, para oferecer uma experiência...

A Corte Marcial do Navio da Revolta: ficção histórica com abordagem teatral

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A Corte Marcial do Navio da Revolta: direção de Willian Friedkin UM AUTÊNTICO DRAMA DE TRIBUNAL Eis aqui um filme que se desenrola para muito além dos seus 109 minutos de duração. Evoca tantas conexões e desdobramentos que complica a vida deste cronista com poucos parágrafos à disposição. Exige poder de síntese! Então, vamos ser objetivos: A Corte Marcial do Navio da Revolta , dirigido em 2023 por William Friedkin é um remake, mas não se baseia no filme A Nave da Revolta , dirigido em 1954 por Edward Dmytryk e estrelado por Humphrey Bogart. Na verdade, esse novo filme é uma adaptação da peça teatral escrita em 1953 por Herman Wouk, baseada no romance que ele mesmo escreveu em 1951, intitulado The Caine Mutiny Court-Martial .           Como cinéfilo atento, você deve ter arregalado os olhos ao ler o nome de William Friedkin. Sim, é ele mesmo! Trata-se do diretor que marcou os anos 1970 com sucessos como O Exorcista e Operação França . Para encerrar a carrei...

Plano de Fuga: filmado numa prisão verdadeira no México

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Plano de Fuga: direção de Adrian Grumberg UM ANTI-HERÓI, NUM MUNDO PIOR DO QUE ELE Nós, cinéfilos, quando apertamos o play em um filme de ação, sabemos bem o que esperar: cenas empolgantes, repletas de tiros, socos, pontapés e perseguições, editadas com precisão para comunicar agilidade, velocidade e fúria. Trata-se normalmente de uma produção endinheirada, repleta de efeitos especiais e feita para cultuar um herói – ou um anti-herói – que invariavelmente consegue derrotar a encarnação do mal, representada pelo vilão.           Sobre este gênero, pairam duas confusões sobre as quais gostaria de refletir. A primeira delas é quanto ao emprego do termo ação. Ora, todo filme tem ação! São os atos praticados pelos personagens que impulsionam a história e costuram o enredo. A diferença é que nos chamados filmes de ação, os personagens agem como resposta aos imperativos do mundo que os cerca. Os realizadores não têm tempo, nem disposição, para investigar os impac...

Encontros e Desencontros: emoções que se perdem na tradução

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Encontros e Desencontros: direção de Sofia Coppola NEM COMÉDIA, NEM ROMÂNTICA. ESTÁ MAIS PARA UMA PROVOCAÇÃO – Ah! Esse é aquele longa-metragem onde nada acontece! – Exclamou o cinéfilo arrependido, que eventualmente entrou na sala de cinema para assistir a Encontros e Desencontros e esperava desfrutar uma comédia romântica. Escrito e dirigido em 2003 por Sofia Coppola, o filme rendeu para a diretora o Óscar de melhor roteiro original, mas não deve ser rotulado como um exemplar tradicional do gênero. Está mais para uma provocação. É um tanto disperso, mas para quem se atreve a embarcar na sua proposta, é divertido e envolvente.           Não assisti a esse filme no cinema. Lembro que aluguei uma cópia em DVD, junto com outros três filmes que deveriam ser devolvidos na segunda-feira. Aproveitei o preço promocional que a locadora oferecia naquela sexta-feira chuvosa. É claro que acabei deixando esse filme para o domingo à noite. E assisti sozinho, já que min...

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