Óscar 2022: um tapa nos índices de audiência

Óscar 2022: o perrengue entre Will Smith e Chris Rock

LUZ, CÂMERA... AÇÃO!

A vida seguia sem grandes novidades na noite de domingo. Guerra lá na Ucrânia, querelas eleitoreiras aqui no Brasil, impostos aumentando lá nos Estados Unidos, o dólar caindo... Por todo o mundo, as pessoas tentavam encontrar algo com que se entreter: filmes nos serviços de streaming, shows, livros, videogames... Quantos estavam verdadeiramente ligados na cerimônia do Óscar? Poucos, se levarmos em consideração a audiência que já foi esmagadora nos tempos áureos da premiação, mas despencaram. Entretanto, numa inversão brutal das tendências, não havia outro assunto na segunda-feira pela manhã em todas as redes sociais: o perrengue entre Will Smith e Chris Rock, envolvendo a mulher do primeiro, Jada Pinkett Smith, depois que ela foi alvo de uma piada de mal gosto feita pelo segundo. Foi um tapa nos índices de audiência!
        Sim, caro leitor, estou insinuando que talvez o episódio tenha sido armado com objetivos promocionais. Tenho provas disso? É claro que não, mas alguém aí ainda fica surpreso com tal possibilidade? Uma cena entre atores profissionais, diante das câmeras, em cima de um palco, transmitida em alta definição para todas as plataformas... E com um texto fluindo macio e redondo! Ah, o cinema! Ele nos conta histórias até mesmo quando aparenta não estar funcionando. A indústria toda parada, acompanhando o ápice do seu esforço anual, aguardado os resultados com apreensão... E de repente surge um vencedor da estatueta de melhor ator e um mestre de cerimônias fazendo hora extra. Ainda bem que a luz estava correta, os microfones ligados e a cena valeu logo na primeira tomada!
        A cena seguiu uma narrativa consistente. Will Smith posou de herói, defendendo a mulher e Chris Rock ficou de grosseirão desbocado. Ou o primeiro ficou de violento e o segundo de vítima da brutalidade desnecessária. Tanto faz. Ambos certamente ganharão mais dinheiro agora do que se não tivessem apelado para a ignorância. E se Will Smith perder sua estatueta em retaliação, talvez ganhe ainda mais dinheiro! O fato é que o episódio trouxe o foco para as premiações do Óscar 2022, que a maioria de nós nem se lembrava que aconteceriam nessa noite de domingo.
        Por falar nisso, vale a pena examinar rapidamente o que mais andou acontecendo naquele palco! Quem levou a estatueta de melhor filme foi No Ritmo do Coração (CODA), dirigido por Sian Heder – remake da produção francesa A Família Bélier, realizada em 2014. O filme também levou os prêmios de melhor roteiro adaptado e melhor ator coadjuvante, para Troy Kotsur. A diretora Jane Campion saiu com o Oscar por seu trabalho em Ataque dos Cães. Will Smith, levou a estatueta por sua atuação no filme King Richard – Criando Campeãs. A melhor atriz foi Jessica Chastain, por seu papel em Os Olhos de Tammy Faye e a melhor atriz coadjuvante foi Ariana DeBose, por seu papel em Amor Sublime Amor, dirigido por Steven Spielberg. O melhor filme estrangeiro foi o japonês Doraibu mai kā, dirigido por Ryūsuke Hamaguchi. E a melhor trilha sonora ficou com Duna, dirigido por Denis Willeneuve – aliás, levou mais cinco estatuetas, todas nas categorias técnicas. E o filme Belfast ficou com o óscar de melhor roteiro original.
        Não assisti à cerimônia do Oscar 2022. Quanto aos filmes premiados, assisti a apenas dois, cujas crônicas já estão publicadas aqui no blog. Agora, o que terei pela frente é muito trabalho. Primeiro, assistir a todos esses filmes – só escrevo sobre filmes aos quais já assisti. Segundo, pesquisar, selecionar e ler sobre essas produções. E terceiro, pôr as mãos no teclado e redigir! É claro que vou precisar de inspiração, mas isso é fácil. Com os comentários dos cinéfilos interessados em compartilhar o mundo da sétima arte, a Crônica de Cinema vai crescendo em conteúdo semana após semana!

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