O Reino: ação, suspense e combate ao terrorismo
O Reino: direção de Peter Berg
O FILME VAI DIRETO AO PONTO: É AÇÃO PURA!
Na sétima arte, assim como na vida, não existe almoço grátis! Até mesmo os filmes que lidam com valores artísticos, histórias densas e personagens complexos precisam se pagar. Ficam à mercê das bilheterias. Porém, os que levam maior vantagem no circuito comercial são os filmes leves e rasos, que não se importam em martelar clichês e preferem os estereótipos. Miram o público-alvo mais numeroso e lucrativo, composto por aqueles que só buscam entretenimento ligeiro e escapista. É nessa categoria que encontramos quase todos os filmes de ação, produzidos para oferecer quase nada além de velocidade e fúria. Por sorte, há os realizadores ousados, que se atrevem a dosar ação e emoção em proporções mais... equilibradas. Peter Berg é um deles. Começou como ator e virou um dos diretores mais habilidosos do gênero. Seus filmes privilegiam a ação e estão repletos de cenas espetaculares, mas vêm com uma narrativa ágil e alguns ganchos dramáticos sob medida para os astros de Hollywood – como em Hancock, Horizonte Profundo e O Dia do Atentado.
O filme O Reino, que ele dirigiu em 2007, veio na esteira das diversas produções sobre a guerra ao terrorismo, aproveitando o clima dominante na mídia americana durante a cobertura dos conflitos no Iraque e no Afeganistão. Tem forte viés comercial e a intenção de oferecer uma história acessível ao grande público, contada de forma superficial, sem mergulhar nos temas políticos nem entrar em discussões intelectualizadas. É acelerado, ágil e salpicado de tiros, perseguições e explosões, mas tem conteúdo suficiente para envolver o espectador com alguma densidade emocional e garantir um bom entretenimento. Vamos à sinopse:
O Reino conta a história do agente do FBI Ronald Fleury (Jamie Foxx), que consegue manipular o sistema político e obtém permissão para investigar um pavoroso atentado a bomba que mata dezenas de americanos em Riad, na Arábia Saudita. Para encontrar provas do envolvimento da Al-Qaeda, ele chega ao país com uma equipe de especialistas formada pelos agentes Grant Sykes (Chris Cooper), Janet Mayes (Jennifer Garner) e Adam Leavitt (Jason Bateman). São recebidos pelo Coronel Faris Al-Ghazi (Ashraf Barhom) com pompa e formalidade, mas logo percebem que a missão não será fácil. Os sauditas impõem restrições ao trabalho dos americanos, que precisarão de muita habilidade para vencer o orgulho e a resistência das autoridades locais. Depois de uma minuciosa investigação forense, vão descobrindo pistas que revelam a identidade e a localização dos terroristas, mas acabam se metendo em uma perigosa teia de acontecimentos violentos, que exigirão coragem, destreza e determinação. O espírito de vingança estará presente o tempo todo, em ambos os lados do conflito!
A ideia para o filme nasceu quando Peter Berg leu o livro de memórias do ex-diretor do FBI, Louis J. Freeh, intitulado My FBI - Bringing Down the Mafia, Investigating Bill Clinton, and Fighting the War on Terror, onde menciona o atentado às Torres Khobar, na Arábia Saudita, ocorrido em 1996. Naquele país hostil e repleto de barreiras culturais, os agentes do FBI enfrentaram dificuldades imensas durante as investigações. Berg percebeu a oportunidade de transpor o caso para o cinema, desde que eliminasse o conteúdo político e se concentrasse na ação em torno das investigações. Imaginou construir a trama em torno de uma eventual amizade que nasce entre um agente do FBI e um oficial árabe encarregado da sua proteção.
Para materializar a ideia, Peter Berg e o produtor Michael Mann convocaram o roteirista Matthew Michael Carnahan, experiente nos filmes de ação – trabalhou nos roteiros de Guerra Mundial Z, Horizonte Profundo e Crime Sem Saída. Partindo da estrutura inicial proposta pelo diretor, o roteirista conseguiu compor uma história mais ampla, expondo as peculiaridades da sociedade saudita e o choque cultural com a visão ocidental. Realizou pesquisas naquele país e também nos Estados Unidos, onde entrevistou o chefe de contraterrorismo do FBI, além de diversos agentes especializados em bombas, todos com experiência em ações no Oriente Médio. Aprendeu a dinâmica de atuação e adquiriu o linguajar dos profissionais que atuam na guerra contra o terrorismo.
O interessante é perceber como o roteiro de O Reino soube evitar o excesso de diálogos e cenas expositivas. A trama segue ágil e focada na ação, mantendo o espectador envolvido emocionalmente com personagens verossímeis. Grande parte dos méritos vai para Peter Berg, que descobriu uma forma engenhosa de estabelecer as premissas políticas do filme, sem aborrecer o espectador. Logo na abertura, ele vem com uma apresentação em substituição a diversas páginas do roteiro, onde explica todo o imbróglio no Oriente Médio, desde a fundação da Arábia Saudita em 1932, a descoberta das reservas de petróleo, as disputas geopolíticas e os conflitos que resultaram nos atentados de 11 de setembro. Depois disso, a trama do filme segue acessível e focada no entretenimento.
O fato é que O Reino lida com a temática explosiva do Oriente Médio de forma prudente. Enquanto expõe a visão dos americanos, também abre espaço para apresentar a cultura muçulmana sem afetações, onde os árabes moderados seguem suas vidas cultivando fortes valores familiares e religiosos. É claro que a palavra vingança, sempre pronunciada com ênfase passional, tanto por árabes como por americanos, dá a tônica do filme. Serve de justificativa para a violência fluente que explode na tela, em tiros, bombas, lutas e perseguições frenéticas, como é praxe nos filmes de ação.
Ano de produção: 2007
Direção: Peter Berg
Roteiro: Matthew Michael Carnahan
Elenco: Jamie Foxx, Chris Cooper, Jennifer Garner, Jason Bateman, Ashraf Barhom, Ali Suliman, Jeremy Piven, Richard Jenkins, Tim McGraw, Kyle Chandler, Frances Fisher, Danny Huston, Kelly AuCoin, Anna Deavere, Minka Kelly, Amy Hunter, T.J. Burnett, Omar Berdouni, Raad Rawi, Mahmoud Said, Trevor St. John e Ashley Scott
O filme O Reino, que ele dirigiu em 2007, veio na esteira das diversas produções sobre a guerra ao terrorismo, aproveitando o clima dominante na mídia americana durante a cobertura dos conflitos no Iraque e no Afeganistão. Tem forte viés comercial e a intenção de oferecer uma história acessível ao grande público, contada de forma superficial, sem mergulhar nos temas políticos nem entrar em discussões intelectualizadas. É acelerado, ágil e salpicado de tiros, perseguições e explosões, mas tem conteúdo suficiente para envolver o espectador com alguma densidade emocional e garantir um bom entretenimento. Vamos à sinopse:
O Reino conta a história do agente do FBI Ronald Fleury (Jamie Foxx), que consegue manipular o sistema político e obtém permissão para investigar um pavoroso atentado a bomba que mata dezenas de americanos em Riad, na Arábia Saudita. Para encontrar provas do envolvimento da Al-Qaeda, ele chega ao país com uma equipe de especialistas formada pelos agentes Grant Sykes (Chris Cooper), Janet Mayes (Jennifer Garner) e Adam Leavitt (Jason Bateman). São recebidos pelo Coronel Faris Al-Ghazi (Ashraf Barhom) com pompa e formalidade, mas logo percebem que a missão não será fácil. Os sauditas impõem restrições ao trabalho dos americanos, que precisarão de muita habilidade para vencer o orgulho e a resistência das autoridades locais. Depois de uma minuciosa investigação forense, vão descobrindo pistas que revelam a identidade e a localização dos terroristas, mas acabam se metendo em uma perigosa teia de acontecimentos violentos, que exigirão coragem, destreza e determinação. O espírito de vingança estará presente o tempo todo, em ambos os lados do conflito!
A ideia para o filme nasceu quando Peter Berg leu o livro de memórias do ex-diretor do FBI, Louis J. Freeh, intitulado My FBI - Bringing Down the Mafia, Investigating Bill Clinton, and Fighting the War on Terror, onde menciona o atentado às Torres Khobar, na Arábia Saudita, ocorrido em 1996. Naquele país hostil e repleto de barreiras culturais, os agentes do FBI enfrentaram dificuldades imensas durante as investigações. Berg percebeu a oportunidade de transpor o caso para o cinema, desde que eliminasse o conteúdo político e se concentrasse na ação em torno das investigações. Imaginou construir a trama em torno de uma eventual amizade que nasce entre um agente do FBI e um oficial árabe encarregado da sua proteção.
Para materializar a ideia, Peter Berg e o produtor Michael Mann convocaram o roteirista Matthew Michael Carnahan, experiente nos filmes de ação – trabalhou nos roteiros de Guerra Mundial Z, Horizonte Profundo e Crime Sem Saída. Partindo da estrutura inicial proposta pelo diretor, o roteirista conseguiu compor uma história mais ampla, expondo as peculiaridades da sociedade saudita e o choque cultural com a visão ocidental. Realizou pesquisas naquele país e também nos Estados Unidos, onde entrevistou o chefe de contraterrorismo do FBI, além de diversos agentes especializados em bombas, todos com experiência em ações no Oriente Médio. Aprendeu a dinâmica de atuação e adquiriu o linguajar dos profissionais que atuam na guerra contra o terrorismo.
O interessante é perceber como o roteiro de O Reino soube evitar o excesso de diálogos e cenas expositivas. A trama segue ágil e focada na ação, mantendo o espectador envolvido emocionalmente com personagens verossímeis. Grande parte dos méritos vai para Peter Berg, que descobriu uma forma engenhosa de estabelecer as premissas políticas do filme, sem aborrecer o espectador. Logo na abertura, ele vem com uma apresentação em substituição a diversas páginas do roteiro, onde explica todo o imbróglio no Oriente Médio, desde a fundação da Arábia Saudita em 1932, a descoberta das reservas de petróleo, as disputas geopolíticas e os conflitos que resultaram nos atentados de 11 de setembro. Depois disso, a trama do filme segue acessível e focada no entretenimento.
O fato é que O Reino lida com a temática explosiva do Oriente Médio de forma prudente. Enquanto expõe a visão dos americanos, também abre espaço para apresentar a cultura muçulmana sem afetações, onde os árabes moderados seguem suas vidas cultivando fortes valores familiares e religiosos. É claro que a palavra vingança, sempre pronunciada com ênfase passional, tanto por árabes como por americanos, dá a tônica do filme. Serve de justificativa para a violência fluente que explode na tela, em tiros, bombas, lutas e perseguições frenéticas, como é praxe nos filmes de ação.
Resenha crítica do filme O Reino
Título original: The KingdomAno de produção: 2007
Direção: Peter Berg
Roteiro: Matthew Michael Carnahan
Elenco: Jamie Foxx, Chris Cooper, Jennifer Garner, Jason Bateman, Ashraf Barhom, Ali Suliman, Jeremy Piven, Richard Jenkins, Tim McGraw, Kyle Chandler, Frances Fisher, Danny Huston, Kelly AuCoin, Anna Deavere, Minka Kelly, Amy Hunter, T.J. Burnett, Omar Berdouni, Raad Rawi, Mahmoud Said, Trevor St. John e Ashley Scott
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