Um Bom Ano: comédia romântica de Ridley Scott

Cena do filme Um Bom Ano
Um Bom Ano: filme de Ridley Scott

LONGE DO CINEMA INDUSTRIAL E PERTO DOS CLICHÊS DA COMÉDIA ROMÂNTICA

Juntando a dupla Ridley Scott e Russel Crowe, logo pensamos no filme... Um Bom Ano? Espere aí! Uma comédia romântica? Jura? Que surpresa! Essa produção de 2006 é um ponto fora da curva na parceria que diretor e ator estabeleceram em vários filmes de sucesso, como Gladiador, Robin Hood e O Gângaster.  Mas dessa vez o resultado desagradou a crítica – talvez prefiram seu nome ligado aos filmes contundentes, com mais ação e menos água com açúcar. Porém, uma coisa é fato: aqui ele acertou na leveza e no tom despreocupado. A história é simples, salpicada de clichês e tem final previsível. Mas pensando bem, não é exatamente isso que se espera de uma comédia romântica?
        Um Bom Ano conta a história de Max Skinner (Russel Crowe), um lobo do mercado financeiro que vive em Londres, focado nos negócios. Quando recebe uma carta, avisando sobre a morte do seu tio Henry (Albert Finney), descobre que herdou um pequeno vinhedo no sudeste da França. Disposto a vendê-la rapidamente, desembarca na região da Provença com a intenção de não ficar mais do que uma semana. Mas esse prazo é suficiente para recordar as férias de infância, afeiçoar-se aos empregados Francis (Didier Bourdon) e Ludivine Duflot (Isabelle Candelier) e, é claro, tropeçar com Fanny Chenal (Marion Cotillard) e apaixonar-se.
        A matéria-prima de Um Bom Ano é a previsibilidade. Seu roteiro foi escrito por Marc Klein, que fez a adaptação para as telas do romance com o mesmo título escrito em 2004 por Peter Mayle. Ocorre que Peter Mayle e Ridley Scott são amigos de longa data. Oriundos do mundo da publicidade, ambos tiveram a ideia para o romance ao dividirem uma garrafa de vinho provençal na casa de férias que Scott manteve na região por vários anos.
        O livro de Peter Mayle transita com leveza e alegria pelos encantos da região – uma das mais encantadoras da França, mas Ridley Scott precisou ajustar a narrativa para fazê-la caber nas telas. A presença de Max foi ampliada, assim como a do tio Henry, por meio de cenas em flashback, criadas para desfiar as incontáveis lições de vida que o protagonista precisa aprender para completar seu arco de transformações. A crítica não foi favorável ao filme, mas também não conseguiu detoná-lo. Há talento de sobra envolvido em sua realização – no elenco estrelado, nas belas locações, na fotografia caprichada e na direção segura de Ridley Scott.
        Herdar um vinhedo no interior França, resgatar as lembranças da infância e conhecer uma paixão arrebatadora. Em Um Bom Ano, Russel Crowe passa por tudo isso, mas precisa viver complicações em série antes de alcançar o final feliz ao lado da bela Marion Cotillard. Nesse meio tempo, o espectador aproveita o prazer de experimentar como é a vida num lugar pitoresco e ao mesmo tempo sofisticado, onde adoraria passar as férias.

Resenha crítica do filme Um Bom Ano

Data de produção: 2006
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Marc Klein
Elenco: Russell Crowe, Albert Finney, Marion Cotillard, Abbie Cornish, Didier Bourdon, Isabelle Candelier, Freddie Highmore, Tom Hollander, Rafe Spall, Richard Coyle, Archie Panjabi e Kenneth Cranham

Comentários

Postar um comentário

Confira também:

Tempestade Infinita: drama real de resiliência e superação

Menina de Ouro: a história de Maggie Fitzgerald é real?

Siga a Crônica de Cinema