Missão Impossível: ação, emoção e diversão
Missão Impossível: direção de Brian De Palma UMA FÓRMULA IRRETOCÁVEL Quando era garoto, Missão Impossível  morava na televisão – aquela caixa volumosa que dominava, feito um altar, a nossa sala de estar. Meu pai exigia silencio assim que ouvia os primeiros acordes do vibrante tema musical e imediatamente acendia o seu cachimbo. Parecia aproveitar o mesmo palito de fósforo que incendiava o estopim na vinheta de abertura, para deixar um rastro de ação, emoção e suspense, enquanto a sala era tomada pela fumaça e pelo perfume seco do tabaco Half and Half – sua marca preferida. Os próximos minutos transcorriam ligeiros e divertidos, enquanto xeretávamos o mundo da espionagem que animava os bastidores da guerra fria.           Como o próprio título da série já insinuava, a impossibilidade era o elemento que desfazia todos os vínculos com a realidade; as façanhas improváveis dos personagens ensinavam ao espectador a diferença entre verdade e verossimilhança; as di...