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Crime Sem Saída: filme policial com Chadwick Boseman

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Crime Sem Saída: filme dirigido por Brian Kirk UM POLICIAL INFALÍVEL AGINDO DO LADO CERTO: RECEITA DE BOM ENTRETENIMENTO Tem certos dias em que tudo o que preciso é relaxar. Esfriar a cabeça. É quando o cinema de entretenimento se torna a melhor pedida. Nada de tramas intrincadas, abordagens psicológicas, referências literárias, criações artísticas que exigem bagagem cultural... Um filminho leve, despretensioso e escapista é um santo remédio!           Quando compartilho a televisão com a Ludy, a escolha relaxante recairá sobre uma comédia romântica, uma aventura ou mesmo um drama leve. Minha mulher não suporta filmes violentos. Se estou sozinho, será um filme de ação, com tiros, perseguições, lutas... O problema é encontrar um filme de ação leve, despretensioso e escapista que seja bom. No último final de semana tive sorte!           Crime Sem Saída , filme de 2017 dirigido por Brian Kirk é uma dessas gratas surpresas, que nos põem relaxados no sofá. Traz uma trama policial si

A Mula: a idade não põe limites em Clint Eastwood

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A Mula: filme dirigido por Clint Eastwood ATOR, DIRETOR E PERSONAGEM SE FUNDEM NESSE ÍCONE DO CINEMA Um escritor, lidando com palavras e com a imaginação do leitor, pode incorporar qualquer protagonista e assumir sua voz. Pode se passar por um homem, uma mulher, criança, jovem, da terceira idade... Se for um contador de histórias experiente e talentoso, pode f alar no lugar de qualquer um e ainda assim passar credibilidade.  Já um ator e diretor de filmes autorais tem que encontrar uma história que lhe sirva. Tem que escolher um personagem que inspire autenticidade. Um artista como Clint Eastwood faz disso uma vantagem! Foi o que ele fez em  A Mula , filme que dirigiu e estrelou em 2018.           O roteirista Nick Schenk costurou uma trama sob medida para a estatura desse ícone da sétima arte, que nasceu em 1930 e continua na ativa. Seu roteiro foi baseado num artigo do New York Times escrito por Sam Dolnick, que contava como Leo Sharp, um veterano da Segunda Guerra Mundial, entrou pa

Os Sete de Chicago: fatos reais que chocaram o mundo

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Os Sete de Chicago: filme dirigido por Aaron Sorkin UM FILME DE TRIBUNAL ONDE RESPIRAMOS O GÁS LACRIMOGÊNEO DOS ANOS 60 Ao lidar com temas políticos, um diretor sabe que será julgado pela plateia sob dois parâmetros: pela sua ideologia e pelo seu cinema. No filme os Sete de Chicago , de 2020, Aaron Sorkin soube manter sua ideologia a uma distância discreta, mas não poupou espaço para o seu ótimo cinema! Realizou essencialmente um filme de tribunal, com todos os cacoetes do gênero e repleto de momentos eletrizantes.           Como roteirista, Aaron Sorkin já revelou seu talento em filmes como Questão de honra , Jogos de Poder e A Rede Social . Como diretor, já havia realizado A Grande Jogada . Agora, escreveu e dirigiu o filme  Os Sete de Chicago , depois que o diretor destacado originalmente – ninguém menos que Steven Spielberg – teve que abandonar o projeto. Saiu-se bem! O filme narra um episódio histórico na vida jurídica e política dos americanos, que contribuiu para es

Operação França: linguagem inovadora e Gene Hackman na linha de frente

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Operação França: filme dirigido por Willian Friedkin O FILME QUE DITOU UM PADRÃO ESTÉTICO PARA O GÊNERO Sim... Operação França já foi um filme moderno, intenso, ousado e arrebatador. Isso foi há mais de 50 anos. Em 1971, quando William Friedkin o realizou, causou comoção nos cinemas. Era um filme para adultos, que escancarava o submundo do tráfico de drogas em Nova Iorque – uma cidade que, vejam só, se mostrava suja, com bolsões de pobreza, barulhenta... Os protagonistas eram policiais, mas ficavam a dever em refinamento. Desgrenhados, vulgares e moralmente questionáveis, não se furtavam ao uso da brutalidade e da violência. Os bandidos, bem... esses eram refinados, elegantes, sutis, discretos...           Câmera instável, cores não saturadas, cortes secos, locações realistas... Aos olhos do espectador atual, nenhuma novidade. Há meio século, uma linguagem inovadora, que fez escola e influenciou os thrillers policiais. Podemos encontrar em Operação França a gênese das perseguições de

Uma Segunda Chance: filme estrelado por Harrison Ford

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Uma Segunda Chance: filme dirigido por Mike Nichols UM GRANDE ROTEIRO DESPERDIÇADO   Entre os incontáveis títulos disponíveis nos serviços de streaming, há muitos que nem sequer conheço. Então, de vez em quando reservo um tempinho para o garimpo – atividade que exige paciência e nem sempre surte bons resultados. Nesta semana, o filme que caiu na minha bateia foi Uma Segunda Chance , de 1991, dirigido por Mike Nichols e estrelado por Harrison Ford.           Indo direto ao ponto: o filme é uma grande decepção. Conta uma história envolvente, tem narrativa fluente, elenco competente e design de produção esmerado. Mas não funciona! Assistindo ao filme, na medida em que as cenas aconteciam, ficava cada vez mais intrigado: por que o filme não acontece? Por que não emociona?           Uma Segunda Chance conta a história de Henry Turner, um advogado bem-sucedido, que está no topo da cadeia alimentar do mundo dos negócios em Nova Iorque. É dono de uma ambição desmedida e de um caráter duvidoso

A Travessia: uma façanha real

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A Travessia: filme dirigido por Robert Zemeckis UM EQUILIBRISTA COM ALMA E VISÃO DE ARTISTA Quando o francês Philippe Petit estendeu secretamente seu cabo de aço entre as coberturas dos dois maiores edifícios até então já construídos pelo homem e caminhou sobre ele com audácia e destemor, realizou uma façanha única. A imagem do equilibrista sereno e seguro, desafiando a finitude – pontinho vitorioso maculando um céu monótono – ganhou status de verdadeira instalação artística. Nada de atração circense, nada de espetáculo mambembe. A intervenção urbana que espantou o mundo naquele ano de 1974 foi a visão de um artista ousado tornada realidade.           Usar a palavra equilíbrio para se referir a Philippe Petit pode parecer um trocadilho, mas há que reconhecer: foi o que ele promoveu ao unir competência técnica e consciência artística para assumir seu lugar no mundo. No topo dele!           Ocorre que esse topo do mundo eram as torres gêmeas do World Trade Center em Nova Iorque, na época

Autoconhecimento

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Como desenvolver o autoconhecimento: o cinema pode ajudar UM FILME QUE PASSA DIANTE DOS NOSSOS OLHOS! Uma palavra que tem surgido em vários debates, pronunciada com voz impostada por quem deseja se posicionar entre os antenados é “autoconhecimento”. Quando a ouço, sempre rebato com uma pergunta impertinente: afinal, como fazer para adquirir autoconhecimento? Terapia? Psicodrama? Yoga? Meditação?           Seja no mundo corporativo, seja na vida pessoal, conhecer-se é um imperativo para quem está disposto a evoluir e vencer obstáculos. É preciso estar seguro das próprias capacidades e dos talentos naturais que temos para pôr a serviço do mercado. Também é preciso estar ciente das próprias limitações e ter claro até onde estamos dispostos a chegar – até que ponto estamos dispostos a esticar nossos valores para alcançar objetivos práticos.           Conheço apenas um método para adquirir autoconhecimento: vivendo! Passando por experiências e situações marcantes. Aprendendo

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