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Óscar 2022: um tapa nos índices de audiência

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Óscar 2022: o perrengue entre Will Smith e Chris Rock LUZ, CÂMERA... AÇÃO! A vida seguia sem grandes novidades na noite de domingo. Guerra lá na Ucrânia, querelas eleitoreiras aqui no Brasil, impostos aumentando lá nos Estados Unidos, o dólar caindo... Por todo o mundo, as pessoas tentavam encontrar algo com que se entreter: filmes nos serviços de streaming, shows, livros, videogames... Quantos estavam verdadeiramente ligados na cerimônia do Óscar? Poucos, se levarmos em consideração a audiência que já foi esmagadora nos tempos áureos da premiação, mas despencaram. Entretanto, numa inversão brutal das tendências, não havia outro assunto na segunda-feira pela manhã em todas as redes sociais: o perrengue entre Will Smith e Chris Rock, envolvendo a mulher do primeiro, Jada Pinkett Smith, depois que ela foi alvo de uma piada de mal gosto feita pelo segundo. Foi um tapa nos índices de audiência!           Sim, caro leitor, estou insinuando que talvez o episódio tenha sido armado com objetiv

Patch Adams - O Amor É Contagioso: uma história real

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Patch Adams - O Amor É Contagioso: dirigido por Tom Shadyac SOBROU COMÉDIA E AÇUCAR, FALTOU O DRAMA Há muitos erros em Patch Adams - O Amor é Contagioso , dirigido em 1998 por Tom Shadyac. Mas há pelo menos dois acertos que ajudaram a conquistar uma legião de fãs para o filme. O primeiro deles foi trazer à tona um tema sensível, que sempre resvalou nossas vidas, ainda que não nos déssemos conta: a impessoalidade com a qual somos tratados pela classe médica. De repente, nos damos conta de que saúde e doença são estados que expressam a nossa individualidade, mas a sociedade teima em enxergá-los como manifestações padronizadas, que só se materializam no coletivo. Os sintomas servem apenas para levar ao diagnóstico. Os tratamentos que funcionam com uns, devem funcionar com a maioria. A cura é um processo que vem ao nosso encontro, de fora para dentro... Enquanto tais conceitos questionáveis saltam aos olhos, o filme nos faz confrontar duas realidades, que se tangenciam: de um lado, a angús

O Homem da Máfia: adaptado do livro escrito por um virtuoso dos diálogos

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O Homem da Máfia: dirigido por Andrew Dominik PERSONAGENS QUE FALAM, FALAM... E SE REVELAM! Tom de voz, microexpressões, figurinos, o jeito de andar, o gestual... Um ator se vale de diferentes recursos para melhor caracterizar seu personagem, buscando transmitir verossimilhança e profundidade dramática. O diretor também faz a sua parte: mantém a câmera a uma distância adequada, imprime o ritmo certo para a cena, escolhe enquadramentos expressivos, uma música incidental pertinente, a luminosidade apropriada... Quando esse conjunto toca afinado o resultado é... cinema! Mas acontece que uma boa história não pode ser contada apenas com elementos cosméticos. É preciso revelar a verdade do personagem. É preciso explicitar suas intenções, escancarar seus segredos, radiografar o que se passa no seu inconsciente... Quem faz isso é o roteirista! E o faz por meio de um poderoso recurso narrativo: o diálogo. O Homem da Máfia , filme de 2012 dirigido por Andrew Dominik, é um filme que valoriza as f

O Povo Contra Larry Flint: o drama real do fundador da Revista Hustler

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O Povo Contra Larry Flint: filme dirigido por Miloš Forman A LUTA PELA LIBERDADE DE EXPRESSÃO Defender a liberdade de expressão de alguém cujas ideias você concorda, é fácil. Tolerar que alguém com crenças e valores iguais aos seus tenha voz na mídia, é moleza. Mas quando o sujeito é inconveniente, infame e lhe parece asqueroso? Quando ele faz questão de lidar com temas desconfortáveis e vai na direção oposta à sua? Quando ultrapassa todos os limites e fala sobre aquilo que você não quer ouvir? É justamente aí que a tal liberdade de expressão ganha concretude e passa a fazer sentido. Mas também é aí que a tentação de amordaçar aparece. Os controladores acham que liberdade de expressão tem limites. Os liberais lembram que liberdade limitada deixa de ser liberdade. Quem vence essa discussão? A opinião pública americana foi testada por um provocador contumaz e acabou se rendendo ao óbvio: a liberdade não pode ter limites! É o que vemos no filme O Povo Contra Larry Flint , dirigido em 1996

Contra o Gelo: uma história real de sobrevivência e coragem

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Contra o Gelo: filme dirigido por Peter Flinth SOMOS FISGADOS PELA AUTENTICIDADE Filme de sobrevivência, baseado em fatos envolvendo personagens reais! Eis aí uma isca que consegue fisgar a maioria dos cinéfilos. Funciona com a Ludy, funciona comigo. Minha mulher e eu sempre damos uma chance a qualquer história que traga tais palavras na sinopse. Foi o que fizemos quando nos deparamos no serviço de streaming com o filme Contra o Gelo , dirigido em 2022 por Peter Flinth. Dessa vez, não nos arrependemos. É uma produção de qualidade e envolvente, que nos impele a seguir com atenção até os créditos finais.           Trata-se de um filme dinamarquês – a oferta de bom cinema chegando daquele país tem sido grande nos últimos anos! A história se desenrola nos primeiros anos do século XX, quando ainda havia lugares inexplorados em nosso planeta e homens intrépidos o suficiente para arriscar-se no desconhecido, seguros de que retornariam vitoriosos. E quando voltavam, traziam relatos assombrosos

O Mistério do Farol: a história real da ilha Flannan, só que não!

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O Mistério do Farol: filme dirigido por Kristoffer Nyholm UM THRILLER PSICOLÓGICO EMOCIONANTE, COM ÓTIMAS ATUAÇÕES Há várias confusões em torno desse filme. Antes de começar a desfazê-las, é preciso que se diga: O Mistério do Farol , dirigido em 2019 por Kristoffer Nyholm, é um bom thriller psicológico. Trata-se de uma produção escocesa realizada com competência, que oferece bom entretenimento para os amantes do gênero.           A primeira confusão sobre a produção envolve datas: para promovê-la, os realizadores dizem que foi baseada numa história real, conhecida de boca em boca como "O Mistério da Ilha de Flannan", sobre o desaparecimento de três faroleiros em circunstâncias jamais esclarecidas, enquanto cumpriam seu turno de seis semanas operando o farol. O fato aconteceu em 1894, naquela pequena ilha ao norte da Escócia, a 30 milhas da costa. Quando os homens da marinha vieram para rendê-los, a porta estava escancarada, a mesa posta para o jantar e uma das cadeiras estava

King Richard: Criando Campeãs: um mestre da autopromoção

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King Richard: Criando Campeãs: filme de Reinaldo Marcus Green UMA RAQUETADA NOS MEDÍOCRES! Dia desses acordei revoltado com a pandemia de infantilidade que tomou conta do cinema mainstream e descarreguei minha ira numa crônica sobre a tolice dos filmes de super-heróis. Então, só para me fazer morder a língua, vem o cinema mainstream e aparece com King Richard: Criando Campeãs , filme de 2021 dirigido por Reinaldo Marcus Green. Finalmente, depois de anos, Hollywood decide investir em uma temática mais elevada, contando uma história real para enaltecer os valores familiares e mostrar que o esforço individual é o impulsionador das grandes conquistas. Esse drama biográfico nos apresenta um personagem desconhecido do público brasileiro: Richard Williams, pai e treinador das tenistas Venus e Serena Williams, duas das maiores atletas das últimas décadas. Mesmo quem não acompanha o tênis, conhece o impacto que as duas irmãs oriundas da plebe provocaram nas quadras desse esporte requintado e el

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