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Os 12 Macacos: viagem no tempo e o significado de salvar a raça humana

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Os 12 Macacos: filme dirigido por: Terry Gillian FICÇÃO CIENTÍFICA COM A ENTONAÇÃO DE UM DIRETOR INOVADOR Em 1895, Albert Einstein contava apenas 16 anos e ainda estava longe de publicar suas teorias sobre a Relatividade. O grande público não fazia ideia sobre os conceitos de gravidade, espaço-tempo e outras bizarrices da física moderna, mas naquele ano deliciou-se com o romance de H.G. Wells intitulado A Máquina do Tempo . Foi o primeiro livro desse autor genial e também a primeira história contada sobre as viagens no tempo. Abriu a porteira! De lá para cá, passou uma boiada inteira de ótimas ideias envolvendo viajantes ao passado e ao futuro, fazendo a festa dos amantes da ficção científica. E quando pensávamos que o assunto já estava esgotado, vem o filme Os 12 Macacos , dirigido em 1995 por Terry Gilliam e recupera um brilho de criatividade para esse gênero.           Contada do ponto de vista de Terry Gillian, uma história sobre viagens no tempo vai além do que já se tornou clich

Chinatown: um caso complicado explicado num roteiro primoroso

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Chinatown: filme dirigido por Roman Polansky MAIS DO QUE UM FILME, JÁ VIROU PATRIMÔNIO CULTURAL Roman Polanski, empunhando um estilete, faz cara de mau para interpretar um bandido abjeto – mas elegante em sua estampa europeia. Impiedoso, corta o nariz de Jack Nicholson, ou melhor, de JJ Gittes, o detetive autoconfiante que se comporta como quem já viu de tudo nessa vida, mas que está prestes a fazer uma descoberta estarrecedora. Essa cena de Chinatown , dirigido em 1974 por Roman Polanski, vem como um alerta para o próprio espectador: não meta o nariz onde não é chamado. Mas já é tarde! Desde as primeiras cenas desse neo-noir envolvente, já fomos fisgados pelo carisma do protagonista e pelo clima de mistério dessa história complexa e surpreendente.           Chinatown foi o filme que consagrou Jack Nicholson e o colocou entre os melhores atores de Hollywood. Foi também a última produção que Polanski realizou nos Estados Unidos, antes de retornar definitivamente para a Europa. Também r

Perdido em Marte: um filme que leva a ciência a sério

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Perdido em Marte: filme dirigido por Ridley Scott CIÊNCIA DE VERDADE, MISTURADA COM AÇÃO, EMOÇÃO E AVENTURA Por intermédio do cinema, conseguimos viajar para lugares onde provavelmente jamais pisaremos. Mas alguns filmes conseguem nos levar mais longe: criam uma experiência tão verossímil, que tal viagem termina incorporada ao nosso repertório de vida. Trazemos dela memórias afetivas tão vívidas quanto aquelas que guardamos do último ponto turístico que visitamos nas férias. Quer um exemplo? As areias de Marte! Depois que assisti ao filme Perdido em Marte , realizado em 2015 por Ridley Scott, saí com a sensação de que verdadeiramente caminhei pelas paisagens avermelhadas daquele planeta. Senti os efeitos da baixa gravidade e da atmosfera rarefeita. Cheguei a pensar que, afinal de contas, Marte não é assim tão... inóspito!           Se estou empolgado, caro cinéfilo, não é por causa de alguma experiência sensorial imersiva durante a projeção – não assisti ao filme olhando para uma tela

A Origem: uma jornada pelo mundo dos sonhos

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A Origem: filme dirigido por Christopher Nolan PLANTANDO SEMENTES DE IDEIAS NO SOLO ONDE ELAS CRESCEM: O INCONSCIENTE Uma ideia original e um roteiro trabalhado à exaustão. Tratamento visual apurado e trilha sonora emocionante. Ação bem orquestrada e elenco carismático.... Com tantos atributos positivos, A Origem , realizado em 2010 por Christopher Nolan, já seria um grande filme. Mas então nos deparamos com um protagonista bem construído, revelado em sua profundidade psicológica e que descreve um arco dramático comovente. Isso eleva a qualidade do filme e o destaca dentro do gênero ficção científica. Não foi à toa que amealhou fãs de todas as faixas etárias.           A Origem consumiu um orçamento milionário, com o qual poucos realizadores conseguem... sonhar. Mas nesse caso, dinheiro não foi tudo! A habilidade de Christopher Nolan para contar com agilidade uma história tão intrincada, foi crucial. Aqui ele aborda um tema com densidade incomum para um filme de ação e nos leva a per

Blade Runner 2049: uma continuação à altura do original

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Blade Runner 2049: filme dirigido por Denis Villeneuve CINEMA EM SINTOMIA COM ESPECTADORES MAIS INDIVIDUALISTAS Em 1982, o cinema ainda possuía um forte caráter ritualista. Você precisava ir até ele. Sentar-se numa poltrona e viver uma experiência compartilhada – depois de ter enfrentado a fila do ingresso e a fila da pipoca. Para visitar os filmes, eles precisavam estar em cartaz. Para revisitá-los, sabia-se lá quando! Aquilo que tínhamos em casa, na sala de estar, era um arremedo de cinema, mais conhecido como... televisão. Alguns pouquíssimos privilegiados já plugavam nela o tal videocassete, mas o tamanho da telinha continuava irrisório. Cinema de verdade, só nas salas de exibição. Foi nesse ambiente coletivo que Blade Runner – O Caçador de Androides surgiu para se transformar em uma das mais consagradas e amadas produções de ficção científica de todos os tempos.           Em 2017, quando Blade Runner 2049 , a continuação dirigida por Denis Villeneuve foi lançada, já não era pr

Casanova de Fellini: o grande amante, na visão particular do diretor

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Casanova de Fellini: um artista sem limites O ESTEREÓTIPO DO AMANTE LATINO NA VERSÃO CARICATA DO DIRETOR Quando assisti ao filme Casanova de Fellini , realizado por Federico Fellini em 1976, compreendi que o cinema não é um jovem de pouco mais de 120 anos. É um senhor experiente, que bebeu desde sempre nas fontes do teatro, da ópera, do circo... O diretor carregou nas tintas para nos entregar uma obra exagerada, caricata e extravagante. Não há preocupação com a verossimilhança. Há sim uma deliberada busca pelo irrealismo, com cenários inspirados na linguagem teatral e uma música expressiva – composta pelo grande Nino Rota – que soa desconectada com as imagens construídas por Fellini. O personagem Casanova ao qual fui apresentado no filme não é aquele que conhecia. Era outro, grotesco, triste e perdedor.           Quando digo que “conhecia” o protagonista, é apenas força de expressão. Jamais li A História da Minha Vida , o livro de memórias escrito por Giacomo Casanova e que serviu de

Hitchcock: a história real do filme Psicose

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Anthony Hopkins vive Alfred Hitchcock no filme Hitchcock A MULHER DE HITCHCOCK É ALMA DO FILME! Vamos direto ao ponto: Hitchcock é um filme de 2012, dirigido por Sacha Gervasi e roteirizado por John J. McLaughlin com base no livro de Stephen Rebello intitulado Alfred Hitchcock and the Making of Psycho . O problema é que todas essas palavras estão longe de fornecer uma definição exata sobre o que é esse filme. Por certo, os fãs de Alfred Hitchcock vão logo sentando na poltrona para se deliciar com as histórias de bastidores de um dos maiores clássicos do gênero suspense, tal como Stephen Rebello narrou em detalhes no seu livro. Porém, se esperam acompanhar uma narrativa em tom de documentário, ou satisfazer o voyeurismo cinéfilo que domina o imaginário sobre Psicose , é preciso ligar o alerta de frustração iminente. Esse filme segue uma outra abordagem. É leve, divertido, fantasioso e nos apresenta a um personagem que conhecemos muito pouco: Alma Reville!           Nesse filme, o Alfre

Chernobyl: todos os detalhes de uma história triste e real

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Chernobyl: série em em cinco episódios DESASTRE AMBIENTAL NA CORTINA DE FERRO Série em capítulos, ou episódios fechados? Uma única temporada, ou várias? Para ser maratonada ou consumida em doses homeopáticas? Seja qual for a sua preferência, há uma grande oferta chegando pelos serviços de streaming. Entretidos na saudável concorrência pela audiência, eles oferecem uma profundidade dramática antes só encontrada nas salas de cinema, em formatos sob medida para a TV por assinatura. Com mais opções de divertimento, estamos virando serial cinéfilos!           Particularmente, prefiro séries produzidas como se fossem um longo filme, com horas e horas de duração, como Chernobyl , produção da HBO de 2019, dirigida por Johan Renck. Essa minissérie arrebatadora conta a terrível história do famoso acidente ocorrido em 1986 na usina nuclear com o mesmo nome, localizada na Ucrânia. Ao longo de cincos episódios, vamos nos envolvendo com os detalhes do mais terrível desastre ambiental já provocado p

Blade Runner – O Caçador de Androides: encontrando o sentido da existência

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Blade Runner: filme dirigido por Ridley FICÇÃO CIENTÍFICA E PUBLICIDADE MOLDANDO NOSSA VISÃO DO FUTURO Sempre gostei de ficção científica. Na infância li vários livros de Arthur C. Clark e Isaac Asimov. Adolescente, 15 anos, acabei no curso de eletrônica da então Escola Técnica Federal do Paraná – já que estava obrigado a me tornar um engenheiro, por imposição do meu pai, que fosse logo um engenheiro eletrônico! Parecia uma decisão muito mais... futurista! Depois que meu pai se foi, perdi também a vergonha de admitir que não levava o menor jeito para a engenharia. Abandonei o curso e fui para o mundo da publicidade, mas levei comigo o gosto pela ficção científica. Quando me sentei na poltrona da sala de exibição para assistir a Blade Runner - O Caçador de Androides , filme de 1982 dirigido por Ridley Scott, já estava cursando a faculdade de comunicação e sabia muito bem quem era aquele diretor: consagrado como um dos maiores diretores de comerciais do Reino Unido, era um publicitário

Mestre dos Mares: O Lado Mais Distante do Mundo

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O Mestre dos Mares: o Lado Mais Distante do Mundo: direção: Peter Weir A ARMA SECRETA DE QUALQUER ESQUADRA Filmes de corsários e piratas, com duelos de espada, homens pendurados nos mastros e outros tantos agarrados a cordas, voando feito pêndulos de estibordo para bombordo, fazem parte do imaginário de qualquer cinéfilo. Talvez estejam fora de moda, mas já foram populares em outras décadas. Depois de queimar todo o estoque de clichês, o gênero deixou de capturar o interesse do público e a indústria partiu para explorar outros nichos. Mas deixou como legado alguns títulos memoráveis – até Roman Polanski se esbaldou rodando Piratas , de 1986! A grande pergunta que sempre me fiz ao assistir a esse tipo de filme era de natureza filosófica: o que leva um bando de marujos confinados numa embarcação precária a desafiar a fúria do mar, lutar contra inimigos ensandecidos e enfrentar a morte certa? A resposta que ainda hoje me ocorre é uma só: liderança!           É disso que se trata Mestre do

O Farol: o segredo está no apuro técnico e artístico

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O Farol: filme dirigido por Robert Eggers TEATRAL, CINEMATOGRÁFICO, GRÁFICO E REPLETO DE ATRIBUTOS ARTÍSTICOS           – É um filme de suspense. Acho até que é de terror, porque o diretor fez sucesso com seu primeiro filme, chamado A Bruxa .           – Ah, filme de terror? Sei não...  –  Minha mulher torceu o nariz, o que me obrigou a explicar melhor:            – É com aquele ator que fez o vampiro da saga Crepúsculo . E tem o Willen Dafoe. Acho que vale a pena arriscar!           Ludy concordou, desde que me dispusesse a preparar um balde de pipoca. Em pouco tempo estávamos acomodados diante da TV, enrolados num cobertor – em Curitiba fazia frio naquela noite. Apertei o play e senti o primeiro impacto: O Farol é todo realizado em branco e preto, com a tela num formato quadrado. Logo nas primeiras cenas o diretor deixa clara sua intenção de emular as produções que marcaram o expressionismo alemão. E conseguiu!           A história que Robert Eggers

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